STF

Após escolher Kassio Nunes Marques para STF, Bolsonaro diz que próximo indicado terá que ser evangélico

O presidente disse ainda que o indicado no próximo ano tem que "tomar tubaína comigo"

Douglas Hacknen
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Douglas Hacknen
Publicado em 01/10/2020 às 21:25 | Atualizado em 01/10/2020 às 21:43
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Live de quinta-feira (1º) do presidente Jair Bolsonaro - FOTO: REPRODUÇAO

Após anunciar que indicaria o nome do desembargador Kassio Nunes Marques, de 48 anos, para assumir vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou que o próximo indicado deverá ser evangélico. Nunes é católico. O mandatário, em tom de irônico, disse que além de evangélico o ministro tem que "tomar tubaína comigo". A declaração foi feita durante live, realizada na noite desta quita-feira (1º).

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Em julho de 2019, o presidente assumiu o compromisso de indicar um ministro "terrivelmente evangélico" para o STF. "A questão de amizade é uma coisa importante, não é? O convívio da gente. Eu vou indicar o ano que vem. Primeiro pré-requisito: tem que ser evangélico, 'terrivelmente evangélico'. Segundo pré-requisito: tem que tomar tubaína comigo, pô", disse Bolsonaro.

Em 2021, o presidente terá que indicar outro ministro, para ocupar o lugar de Marco Aurélio Mello, que terá de se aposentar compulsoriamente porque completará 75 anos.

Durante a transmissão Bolsonaro informou que a indicação de Kassio será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (2). Kassio deve assumir o lugar deixado pelo ministro e decano Celso de Mello, que antecipou a aposentadoria em duas semanas no próximo dia 13 de outubro. O indicado ainda precisa ser sabatinado pelos senadores.

"Sai publicado amanhã, por causa da pandemia, o nome do Kassio Marques para a primeira vaga no STF. A segunda vaga será para evangélico. Ele está levando tiro. Qualquer um que eu indicasse levaria tiro. Tinha currículo na minha mesa, mas eu não conhecia. O que é lamentável das dez a gente escolhe uma. O resto começa a acusar o cara", completou.

Quem é Kassio Nunes Marques?

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) é natural de Teresina, no Piauí. Tornou-se bacharel pela Universidade Federal do Piauí e continuou os estudos em universidades na Espanha, em Portugal e na Itália. É representante do quinto constitucional da advocacia no TRF-1, tribunal que integra desde 2011.

À frente do TRF-1, Nunes concedeu entrevista ao Anuário da Justiça Federal 2019 em novembro de 2018 e afirmou que proferia mais de 600 decisões por dia. Para ele, o maior problema da corte, além da desproporção na média entre número de processos e número de desembargadores, é a excessiva quantidade de processos físicos, que ocupam aproximadamente um terço do espaço dos prédios do TRF-1 e que precisam ser digitalizados e descartados.

“Vivemos aqui a mesma situação que o Superior Tribunal de Justiça viveu antes da digitalização; e, sem digitalizar nosso acervo, não poderemos utilizar inteligência artificial, não poderemos avançar”, contou.

 


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