O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), posicionou-se por meio de suas redes sociais após o Ministério da Saúde anunciar que "não há intenção de compra de vacinas chinesas" e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar que o imunizante produzido na China "não será comprado" pelo governo brasileiro.
“A influência de qualquer ideologia em temas fundamentais, como a saúde, só prejudica a população. Defendemos que todas as vacinas consideradas seguras, avalizadas pelas autoridades, sejam disponibilizadas ao povo brasileiro. É preciso dar este passo na superação da Covid-19”.
Em reunião com governadores sobre a vacina, o presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, defendeu que a saúde do povo vinha em primeiro lugar.
"O compromisso assumido ontem foi de comprar vacina produzida no Brasil, da FIOCRUZ. A saúde do povo em primeiro lugar! E neste caso a saída da crise econômica que permite recuperar empregos e trabalhar solução para a calamidade social, é a vacina. Compromisso do Ministro Pazuello que selou entendimento com todos os Estados e Municípios, foi claro, comprar da Fiocruz e Butantã."
O anúncio oficial sobre a recusa das vacinas foi feito pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, nesta quarta-feira (21). Ele afirmou que "não há intenção de compra de vacinas chinesas" contra a Covid-19. Nessa terça-feira, no entanto, a própria pasta anunciou uma negociação para adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac, imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19.
"Não houve qualquer compromisso com o governo do estado de São Paulo ou seu governador no sentido de aquisição de vacinas contra Covid-19", disse Franco. "Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante", afirmou.
"Mais uma iniciativa para tentar proporcionar vacina segura e eficaz para a nossa população, neste caso com uma vacina brasileira, caso fiquem disponíveis antes das outras possibilidades. Não há intenção de compra de vacinas chinesas", acrescentou o secretário.
No entanto, o Ministério da Saúde divulgou uma nota na terça-feira (20) que previa a edição de uma medida provisória para disponibilizar R$ 1,9 bilhão para a aquisição: "Além das vacinas já adquiridas previamente (AtraZeneca e Covax), o Governo Federal assinou protocolo de intenções para a compra de 46 milhões de doses da Butantan-Sinovac, após negociações com o Instituto Butantan. Para tanto, será editada uma nova Medida Provisória para disponibilizar crédito orçamentário de R$ 1,9 bilhão. O Ministério da Saúde já havia anunciado, também, o investimento de R$80 milhões para ampliação da estrutura do Butantan – o que auxiliará na produção da vacina", diz o texto.
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