VACINA DA CHINA

Doria pede que Bolsonaro respeite Pazuello; governador de São Paulo publicou vídeo para comprovar acordo de compra de vacina

Nesta quarta-feira, Doria fez um discurso no Senado

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Publicado em 21/10/2020 às 15:31 | Atualizado em 21/10/2020 às 15:32
DIVULGAÇÃO/GOVERNO DE SÃO PAULO
O imunizante contra o coronavírus foi desenvolvido pelo Instituto Butantan com o apoio do Governo de São Paulo - FOTO: DIVULGAÇÃO/GOVERNO DE SÃO PAULO

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, e pediu a ele "grandeza para liderar o País para a saúde". O tucano pediu ainda que ele respeite seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. "Não é razoável que um presidente não respeite seu ministro da saúde", disse Doria. Na noite da última terça-feira (20), Doria publicou, em suas redes sociais, um vídeo da reunião com Pazuello, para provar o acordo. 

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"A vacina do Butantã é a vacina do Brasil, de todos os brasileiros", disse. O medicamento, em fase de testes contra a covid-19, é desenvolvido pela chinesa Sinovac e o Instituto Butantã. Após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciar nesta terça-feira a intenção de aquisição de 46 milhões de doses da vacina, o presidente Jair Bolsonaro publicou nesta quarta nas redes sociais que não iria comprar a "vacina chinesa".

Doria fez um discurso no Senado, acompanhado de alguns parlamentares, inclusive o deputado General Peternelli (PSL-SP) da base do governo federal. Antes das declarações, o grupo fez fotos com amostras da vacina Coronavac nas mãos. O diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas, acompanhou a coletiva.

"O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou ontem (terça-feira) que a vacina do Butantã e outras aprovadas dentro do protocolo da Anvisa seriam adquiridas", disse Doria.

Durante a coletiva, o Ministério da Saúde divulgou uma nota de esclarecimento e o secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, fez uma declaração dizendo que não houve qualquer compromisso entre a Pasta e o governo de São Paulo, ou com Doria, para aquisição da Coronavac. Segundo Franco, houve interpretação equivocada da fala do ministro da Saúde.

Doria mais uma vez rebateu o governo e questionou então se todos haviam entendido errado a mensagem e ressaltou que em nenhum momento foi dito que a vacina já estava aprovada. "Esperamos que a posição do ministro expressa ontem (terça-feira) seja a do governo Bolsonaro", disse.

"Conforme vocês puderam acompanhar, aceitando o convite do ministro da Saúde, 24 governadores participaram de uma reunião histórica, acompanhada pelos líderes do governo no Congresso, promoveram essa reunião conciliatória, pacífica e construtiva e com base na ciência e com base na prioridade da saúde da população", afirmou Doria.

O tucano disse que sempre defendeu o desenvolvimento de todos as vacinas e que o Brasil não pode estar numa corrida pelas vacinas e sim pela vida. "Como pai desejo que meus filhos tomem a vacina", disse. "Não é processo eleitoral que salva, é vacina", completou.

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