ESQUERDA

Rompidos desde 2018, Lula e Ciro Gomes fazem as pazes depois de conversa em São Paulo, diz jornal

O encontro apaziguador foi articulado pelo governador do Ceará, Camilo Santana, correligionário de Lula e aliado dos irmãos Ferreira Gomes em seu estado

JC
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Publicado em 29/10/2020 às 8:00 | Atualizado em 29/10/2020 às 8:42
RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA
Lula recebe a visita do governador do Ceará Camilo Santana e de Ciro Gomes no Hopsital Sírio Libanês em São Paulo - FOTO: RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) se reuniram em São Paulo e acertaram uma trégua, após mútuos ataques decorrente do rompimento entre os dois ainda em 2018. O gesto pode significar o início de uma reaproximação entre os partidos de esquerda de olho na disputa presidencial de 2022, apesar de o assunto não ter sido abordado no encontro. As informações são do jornal O Globo.

O encontro apaziguador foi articulado pelo governador do Ceará, Camilo Santana, correligionário de Lula e aliado dos irmãos Ferreira Gomes em seu estado. As tratativas para viabilizar a reunião duraram mais de um mês.

Durante a conversa, que ocorreu no começo de setembro, Ciro falou de suas mágoas com o PT, enquanto Lula lembrou os ataques do ex-ministro ao partido. O tema central da conversa, porém, foi o governo Jair Bolsonaro e a situação do país diante da pandemia do novo coronavírus. Diagnósticos sobre as razões do resultado eleitoral também foram apresentados.

Tom mais baixo

Desde o encontro, Ciro e Lula mudaram o tom ao se referirem um ao outro e cessaram os ataques e alfinetadas. Os dois tiveram uma relação próxima, principalmente no primeiro governo do ex-presidente, quando o pedetista foi ministro da Integração Nacional.

Em setembro, já depois da conversa, Lula colocou o pedetista na lista de nomes qualificados para disputar a Presidência. Também chamou as diferenças entre eles de “pontuais” e disse ter respeito por Ciro. Desde o encontro, o ex-presidenciável do PDT, por sua vez, não fez mais acusações pesadas contra o ex-presidente e o PT.

Em 2018, os petistas chegaram a oferecer a Ciro a possibilidade ser vice de Lula para depois que ocorresse o indeferimento, assim, o pedetista assumiria a cabeça da chapa. Ciro classificou a oferta, entre outros termos, de “aberração” e “papelão” e disse que não aceitaria ser um “vice de araque”.

Na mesma campanha, o ex-presidenciável do PDT também se irritou com a manobra realizada pelo PT para tirar a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco, em favor de apoio à reeleição de Paulo Câmara. Por esse acordo, o PSB desistiu de fechar uma aliança com Ciro na eleição presidencial. O então candidato chamou a manobra de “providência golpista”.

 

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