O agora ex-chefe de gabinete do deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), Rafael Bezerra, usou a sua conta no Twitter nesta quarta-feira (25) para informar que registrou um Boletim de Ocorrência contra o parlamentar. Na última segunda-feira (23), Gadêlha afirmou que o PSB, partido do candidato à Prefeitura do Recife João Campos, teria procurado Bezerra para tentar "negociar" o seu silêncio no segundo turno das eleições na capital pernambucana. O assessor, contudo, negou a informação e pediu exoneração do cargo. Depois disso, Túlio lançou uma nota em que dizia ser comum as pessoas voltarem atrás "diante de pressão".
No Twitter, Rafael Bezerra disse que decidiu procurar a polícia por considerar ter sido vítima de uma "calúnia" por parte do deputado federal. "Procedi registro de Boletim de Ocorrência contra a calúnia proferida contra a minha pessoa. Após proceder exoneração a pedido, regresso às minhas atividades como servidor do Ministério Publico de Pernambuco. A verdade é filha do tempo e a justiça há de prevalecer", declarou, na publicação.
Procedi registro de Boletim de Ocorrência contra a calúnia proferida contra a minha pessoa.
— Rafael Bezerra ???????????? (@RafaelBezerrade) November 25, 2020
Após proceder exoneração a pedido, regresso as minhas atividades como servidor do Ministério Publico de Pernambuco.
A verdade é filha do tempo e a justiça há de prevalecer. pic.twitter.com/dKh1OfKBFz
>> Deputado federal do PDT, Tulio Gadêlha declara apoio a Marília Arraes no segundo turno do Recife
Procurado pelo JC, o ex-funcionário de Túlio Gadêlha reafirmou o que escreveu no post e disse que agora deseja apenas "seguir em frente". "Cada um que arque com as suas ações. Quero voltar as minhas atenções para minha filha e familiares em meio a essa pandemia. Algo que infelizmente, pela minha dedicação ao mandato, não pude ter nesses últimos um ano e três meses à frente da chefia de gabinete", declarou.
No mesmo post de hoje, Rafael anexou duas fotos do BO que ele registrou às 9h57. No documento, ele conta que nunca foi abordado por ninguém do PSB e que a declaração de Túlio gerou "grande repercussão negativa na vida pessoal, política, partidária e profissional" dele. A assessoria de imprensa do deputado federal afirmou que ele não comentaria o episódio.
Túlio Gadêlha chegou a lançar sua pré-candidatura a prefeito do Recife neste ano, mas foi impedido de concorrer pelo PDT em prol de uma aliança do partido no Recife com o PSB. Na última semana, o parlamentar decidiu declarar apoio a Marília Arraes (PT) na capital pernambucana.
STF
Na última terça-feira (24), o PSB apresentou uma interpelação judicial contra Túlio Gadêlha no Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele comprove o que disse sobre o partido no caso envolvendo Rafael Bezerra. "O mandato legislativo não pode ser um cheque em branco para o cometimento de crimes contra a honra das pessoas", diz trecho do texto protocolado pelo diretório municipal do partido junto à corte.
O deputado também não comentou o movimento socialista, mas usou suas redes sociais para afirmar que quatro ex-assessores teriam sido contratados "pela atual gestão do PSB". "Você sabia que quatro ex-assessores meus afastados e exonerados por desvio de conduta moral foram contratados pela atual gestão do PSB? Recife não é para amadores", declarou, na manhã de ontem.
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