Com a derrota de
Marília Arraes no Recife e João Coser em Vitória, o PT termina as eleições 2020 sem comandar, pela primeira vez na história, uma capital do País. A primeira vitória, em Fortaleza (CE), com Maria Luiza Fontenele, foi em 1985.
A notícia aprofunda a perda de relevância do partido nas eleições municipais. Até hoje, 2016 havia sido o pior pleito do PT na conquista de prefeituras.
A sigla do ex-presidente Lula passa por uma crise desde a Operação Lava Jato e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.
A centro-direita confirmou sua condição de grande vencedora no segundo turno das eleições municipais deste domingo (29) no Brasil, em detrimento dos candidatos apoiados pelo presidente ultradireitista Jair Bolsonaro e pela esquerda.
Bruno Covas, do PSDB (centro-direita), atual prefeito de São Paulo, a cidade mais rica e populosa do país, com 12,5 milhões de habitantes, derrotou Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), por 59,3% contra 40,6%, após a apuração de mais de 98% dos votos.
No primeiro turno, em 15 de novembro, foram eliminados tanto o candidato apoiado pelo presidente Bolsonaro quanto o do Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve uma posição hegemônica na esquerda nas últimas décadas.No Rio de Janeiro, segundo maior colégio eleitoral do país, com 6,7 milhões de habitantes, Eduardo Paes (Democratas, centro-direita), obteve 64,1% dos votos, contra 35,8% para o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), um pastor evangélico licenciado aliado de Bolsonaro.
As eleições foram celebradas com seis semanas de atraso, devido à pandemia do novo coronavírus, que já deixou mais de 172.000 mortos e mergulhou o país em uma grave crise econômica, com desemprego recorde de mais de 14 milhões de pessoas. Bolsonaro, sem partido há um ano, apoiou 13 candidatos, dos quais apenas dois foram eleitos.
No segundo turno, além de Crivella, sua última esperança era Wagner Sousa Gomes, conhecido como Capitão Wagner, que foi derrotado em Fortaleza pelo candidato do PDT (centro-esquerda), José Sarto, por uma diferença de três pontos percentuais (51,7% contra 48,3%).
Os resultados privam o presidente de base eleitoral nestes municípios, mas "isso não significa que não haverá (nas eleições presidenciais) em 2022 uma fusão de Bolsonaro e dos partidos da direita", disse à AFP a cientista política da Universidade de Brasília Flávia Biroli.