CÂMARA FEDERAL

De olho em 2022, PSB planeja lançar Pedro Campos, irmão de João Campos, para deputado federal

Com a candidatura, o partido espera que Pedro "seja o puxador de votos do PSB, como foi João Campos em 2018"

JC
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Publicado em 03/12/2020 às 12:19 | Atualizado em 03/12/2020 às 17:49
BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM
Pedro Campos na inauguração do Hospital do Idoso pela Prefeitura do Recife. - FOTO: BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM

De olho em 2022, membros do PSB em Pernambuco têm defendido, nos bastidores, que o engenheiro Pedro Campos (PSB), 25 anos, irmão do prefeito eleito do Recife, João Campos (PSB), seja candidato a deputado federal. O objetivo seria fazer com o jovem possa “herdar o espólio eleitoral” do irmão, que recebeu 460.387 votos em 2018, quando foi o mais votado para deputado federal da história do Estado. As informações são do Blog de Jamildo.

Com isso, segundo o blog, o partido espera que Pedro “seja o puxador de votos do PSB, como foi João Campos em 2018”, ano em que a sigla elegeu cinco deputados federais em Pernambuco com a contribuição da avalanche de votos do hoje prefeito eleito da capital.

Pedro Campos costuma se posicionar politicamente nas redes sociais e em campanhas eleitorais. Em 2014, defendeu a candidatura de Marina Silva a presidente, após ela assumir a titularidade da chapa em decorrência do acidente aéreo que culminou com a morte de Eduardo Campos. No segundo turno, o filho do ex-governador defendeu a postulação de Aécio Neves (PSDB).

Nas eleições municipais de 2016, Pedro Campos saiu em defesa da reeleição do prefeito Geraldo Julio (PSB) no Recife. Dois anos depois, foi favorável às candidaturas de Fernando Haddad (PT) para presidente, Paulo Câmara (PSB) à reeleição ao governo de Pernambuco, Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB) para Senado e do irmão para deputado federal.

Agora, em 2020, na disputa pela prefeitura do Recife, na véspera da votação do segundo turno entre João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), Pedro publicou vídeo nas redes sociais sobre a postulação do irmão.

“Essa caminhada que a gente faz hoje começou no dia 13 de agosto de 2014. Ali, Pernambuco perdeu o maior líder de uma geração, e a gente perdeu nosso pai. Não foi Eduardo que te botou na política, foi a ausência dele. Lembro que ali, você, com vinte e poucos anos, teve a coragem de subir no palanque de Marina Silva e representar todos aqueles que um dia sonharam um dia em Eduardo Campos como presidente do Brasil ”, disse Pedro Campos em publicar no Instagram em fala em referência ao irmão e ainda candidato João Campos. “Lembro que Eduardo dizia que no nosso tempo não tem ninguém no banco, é todo mundo no campo furando gol, defendendo os interesses do povo de Pernambuco”, frisou.

Manutenção de tradição familiar

Além de garantir um novo “puxador de votos”, com a candidatura de Pedro, estaria assegurada a presença de, pelo menos, um integrante da família Campos-Arraes na Câmara dos Deputados, como ocorre desde 1990, com exceção da legislatura 2015-2018.

Em 1990, Miguel Arraes foi eleito para o cargo. Quatro anos depois, em 1994, o neto Eduardo Campos se tornou deputado federal, tendo sido reeleito em 1998 e em 2002, ano em que o avô voltou a integrar a bancada federal de Pernambuco.

Quatro anos depois, em 2006, Ana Arraes, filha de Miguel Arraes e mãe de Eduardo Campos, foi eleita, conseguindo a reeleição quatro anos depois. Em 2011, ela foi escolhida pelo Congresso Nacional para assumir como ministra do Tribunal de Contas da União (TCU),para o qual foi eleita presidente nessa quarta-feira (2).

Em 2014, em meio a atritos internos no PSB, durante a pré-campanha de Eduardo Campos à Presidência da República, a tradição foi quebrada. Na época, o então Campos, que presidia o partido nacionalmente, vetou a candidatura da prima, a então vereadora Marília Arraes, na disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados. Após o episódio, Marília, hoje no PT, rompeu com o primo e fez duras críticas aos rumos do PSB nos âmbitos local e nacional.

Passados quatro anos, em 2018, João Campos foi o deputado federal mais votado por Pernambuco, aos 25 anos, e a prima Marília Arraes, já no PT, foi a segunda colocada entre os 25 eleitos, com 193.108 votos.

Procurado pelo JC, Pedro Campos e o PSB não retornaram o contato até a publicação desta reportagem.

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