Justiça

Abin diz que não produziu relatórios e aciona AGU

Segundo denúncias, a agência teria produzido relatórios para auxiliar a defesa do senador na operação que investiga a chamada rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj)

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Publicado em 13/12/2020 às 18:50 | Atualizado em 13/12/2020 às 18:50
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
ACUSAÇÃO Senador teria se beneficiado de salário de servidores na Alerj - FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgou, nesse sábado (12), uma nota em que afirma que acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para que apure a "verdade dos fatos" sobre a suposta divulgação de relatórios em benefício do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

>>PGR vai apurar se Abin orientou defesa de Flávio Bolsonaro

Segundo reportagem publicada na Revista Época, a agência teria produzido relatórios para auxiliar a defesa do senador na operação que investiga a chamada rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Conforme a nota, os supostos relatórios não foram produzidos pela Abin. "Supostos trechos divulgados apresentam-se mal redigidos, com linguajar técnico que não guarda relação com a atividade de inteligência", diz a nota.

De acordo com o documento, a Abin trabalha de maneira integrada e cooperativa e as acusações estão "desprovida de conjunto probatório, supostamente contida em documentos que não foram produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência". "O único objetivo é desacreditar uma instituição de Estado e os servidores que compõem seus quadros", completou a nota.

SUSPEITA

Com denúncias de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, a defesa do senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), teria seguido orientações encaminhadas pela Abin, por escrito, para tentar inocenta-lo do caso das "rachadinhas".

A apuração será conduzida como parte de um inquérito sigiloso aberto no mês passado para investigar se estruturas do governo federal foram usadas para favorecer o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. A notícia de fato foi instaurada em novembro, após a publicação de reportagens sobre uma reunião, ocorrida em agosto, entre o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, Bolsonaro e advogados de Flávio.

Reveladas na sexta-feira pela revista Época e confirmadas pelo Estadão, as orientações repassadas por integrantes da cúpula da Abin para a defesa do senador pelo WhatsApp seriam um desdobramento daquele encontro.

A apuração sobre a reunião entre GSI, Abin e defesa de Flávio foi aberta a pedido da deputada federal Natália Bonavides (PT-RN). Ela questionou a PGR se os participantes do encontro cometeram crimes de advocacia administrativa e tráfico de influência. Outros parlamentares provocaram a procuradoria anteontem sobre a troca de mensagens.

"As novas informações divulgadas sobre o caso foram juntadas à notícia de fato. Não há informação disponível sobre o andamento da notícia de fato por se tratar de procedimento interno sigiloso. Sobre os fatos novos, a PGR deverá receber representações já anunciadas por parlamentares, irá analisá-las e se manifestar oportunamente", informou a PGR, em nota divulgada ontem.

 

 

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