Mourão diz sentir falta de diálogo com Bolsonaro e considera 'difícil' ser convidado para disputar reeleição
O general também criticou a disputa política entre o governo federal e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) em torno da vacina contra a covid-19
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que sente falta de ter mais diálogo com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As conversas entre o chefe do Executivo federal e o seu vice são esporádicas, segundo afirmou o general à CNN Brasil, nessa terça-feira (26). Ele também afirma que gostaria de um diálogo mais frequente para decidir melhor suas ações.
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"Não há conversas seguidas entre nós. As conversas são bem esporádicas", disse o vice-presidente, sobre a relação com Bolsonaro. "Faz falta até para eu entender em determinados momentos o que eu preciso fazer", completou, respondendo aos jornalistas Igor Gadelha e Basília Rodrigues.
Eleições 2022
Mourão afirmou ainda que considera "difícil" ser convidado para ser candidato a vice novamente em 2022. De acordo com ele, ainda que seja convidado pelo presidente, a resposta não seria imediata. "Teríamos de ter uma conversa", contou.
O general, no entanto, afastou a possibilidade de se lançar na disputa contra Bolsonaro e ressaltou que, por enquanto, “não sou candidato a nada”. Perguntado se foi picado pela mosca azul, em referência a suas pretensões políticas, ele sorriu e negou. “Não. Fui militar durante 46 anos da minha vida. Comandei tudo que você pudesse comandar. Então, a mosca azul não me pica aqui de jeito nenhum”, declarou ele, afirmando ter recebido convites para sair do PRTB e migrar para outro partido, que preferiu não revelar o nome.
Bolsonaro x Dória
Na mesma entrevista, Mourão também criticou a disputa política entre o governo federal e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) em torno da vacina contra a covid-19. O vice-presidente acredita que os dois lados cometeram erros. "Vejo que isso aí foi algo que, vamos dizer assim, fugiu à boa política", opinou o general. "Um chama de mentiroso, outro chama de não sei o quê. Isso não é a política", explicou.
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Mesmo com esse posicionamento, o vice-presidente defendeu Bolsonaro, ressaltando que a retórica do presidente difere de suas atitudes. "A retórica do presidente é uma, mas o modo de agir é outro. Essa dicotomia pode ser alvo das críticas que tiverem que ser feitas, mas preste atenção nas ações", disse.