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Após decisão sobre Moro, Alvaro Dias vê momento ''deplorável'' do Supremo

Com a decisão, o processo de Lula no caso do triplex terá de reiniciar da estaca zero

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Cássio Oliveira

Publicado em 24/03/2021 às 10:18 | Atualizado em 26/03/2021 às 16:50
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O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) criticou, na manhã desta quarta-feira (24), a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal que considerou o ex-juiz Sergio Moro parcial na ação que condenou o ex-presidente Lula no caso do triplex do Guarujá. Após um placar de três votos a dois, as provas vão ser anuladas e não poderão ser usadas num eventual novo julgamento.

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Em entrevista à Rádio Jornal, Alvaro Dias disse ser um dia triste para quem o combate a corrupção no País. "Este é um dos momentos mais deploráveis que assistimos no STF. Se aproveitaram do momento em que a Lava Jato está enfraquecida e que uma conspiração tenta dar um golpe na esperança de um País sem corrupção", comentou.

Os votos

A ministra Cármen Lúcia modificou o voto que deu em 2018, quando o julgamento foi iniciado, e passou a considerar o ex-magistrado parcial no caso. Com a mudança, três ministros da Segunda Turma da corte (Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowiski e Carmém Lúcia) deram razão à defesa de Lula, e dois (Nunes Marques e Edson Fachin) foram contra os argumentos dos advogados do ex-presidente.

No último dia 9, Nunes Marques, que era o único ministro que ainda não havia proferido seu voto, pediu mais tempo para analisar o processo. Nesta tarde, no entanto, o julgamento foi retomado e poderia ter sido encerrado já com o voto do magistrado remanescente, mas Cármem Lúcia decidiu reapresentar o seu voto, informando que havia mudado a sua interpretação sobre o caso, fato que favorece Lula.

De acordo com a ministra, houve "espetacularização" do caso e "comportamentos inadequados que suscitam portanto a parcialidade" de Moro.

Durante o seu voto, o ministro Nunes Marques afirmou que o uso de provas obtidas de forma ilícita em processos penais seria um "incentivo enorme ao crime", referindo-se às mensagens divulgadas a partir de hackers e atribuídas a Moro e a integrantes da força-tarefa em Curitiba. As mensagens foram usadas pela defesa de Lula para justificar o pedido de suspeição do ex-juiz.

 

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