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Bolsonaro, da ameaça da 'pólvora' à promessa de um bom compromisso ambiental

Mudança de tom já havia se refletido em uma carta enviada este mês ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

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AFP

Publicado em 22/04/2021 às 20:22
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O presidente Jair Bolsonaro, que até ameaçou usar "pólvora" contra as pressões para reduzir o desmatamento na Amazônia, prometeu na Cúpula do Clima desta quinta-feira (22) que o Brasil alcançará a "neutralidade" de carbono até 2050, dez anos antes do previsto.

Essa mudança de tom já havia se refletido em uma carta enviada este mês ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, organizador da cúpula, na qual o brasileiro proclamou seu "apoio aos esforços" para "eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030", segundo o compromissos do Acordo de Paris, de 2015.

Estas são algumas das declarações de Bolsonaro sobre a questão climática desde que assumiu o poder em janeiro de 2019:

"Assistimos há pouco um grande candidato a chefe de Estado dizer que se eu não apagar o fogo na Amazônia, levanta barreiras comerciais contra o Brasil. Como é que nós podemos fazer frente a tudo isso? Apenas na diplomacia não dá. Porque quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, se não, não funciona. Precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem", disse em 10 de novembro de 2020, em um evento público.

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"Nós estamos vendo alguns focos de incêndio em todo o Brasil. Isso acontece ao longo de anos, e temos sofrido uma crítica muito grande, porque, obviamente, quanto mais nos atacarem, melhor interessa aos nossos concorrentes para aquilo que nós temos de melhor, que é o nosso agronegócio", disse em 18 de setembro de 2020, em resposta a críticas do governo francês sobre o aumento dos incêndios na Amazônia e no Pantanal.

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- "Vocês sabem que ONG não tem vez comigo, não é? Boto pra quebrar com esse pessoal. Não consigo matar esse câncer chamado ONG", falou em 3 de setembro de 2020, em sua live semanal pelo Facebook.

- "Aquele dinheiro que vinha da Noruega, da Alemanha, para o Fundo Amazônico, onde 40% iam diretamente para ONGs (...) Cortamos essa grana deles", afirmou em 21 de agosto de 2019, em um discurso em Brasília diante de empresários após a suspensão da entrega de fundos dos principais contribuintes do Fundo Amazônia.

"Qual o nome daquela menina lá? De fora, lá? Greta. A Greta já falou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí. Pirralha", disse em 10 de dezembro de 2019, sobre a jovem ativista ambiental Greta Thunberg, respondendo a jornalistas em Brasília.

"Ela [a Amazônia] não está sendo devastada, nem consumida pelo fogo como diz mentirosamente a mídia", afirmou em 24 de setembro de 2019, diante da Assembleia Geral da ONU.

 

 

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