Pazuello passa mal em bastidores de CPI e é atendido por senador baiano
Otto Alencar, que é médico, deu os primeiros socorros ao ex-ministro da Saúde. Sessão será retomada nesta quinta
O general do Exército e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello passou mal nos bastidores da CPI da Covid, momentos após a sessão em que prestava depoimento ser suspensa no Senado, na tarde desta quarta-feira (19). Segundo a CNN Brasil, quem prestou os primeiros socorros ao ex-ministro da Saúde foi o senador baiano Otto Alencar, que é médico. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), decidiu retomar a reunião apenas nesta quinta-feira (20), às 9h30.
>> Pazuello diz que falta de oxigênio em Manaus durou três dias e senadores rebatem
>> CPI: Pazuello diz que não foi orientado a indicar tratamento precoce
O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Azis, informou que a sessão deve continuar nesta quinta. "Suspendemos a sessão de hoje por conta do plenário do Senado. Ainda há 23 senadores inscritos. Voltaremos amanhã às 9h30", informou ele.
- Ao vivo: Após adiamento e habeas corpus, Eduardo Pazuello depõe à CPI da Covid nesta quarta-feira (19)
- Na CPI da Covid, Pazuello tenta fazer defesa de atuação em Manaus e na compra de vacinas
- Segundo Pazuello, Bolsonaro é duas pessoas: o presidente e o "tio" que posta nas redes sociais
- Pazuello diz que Ministério da Saúde tinha estratégia de testagem em massa
Sessão
Antes da suspensão, o ex-ministro havia afirmado que só soube do risco de abastecimento de oxigênio em Manaus no dia 10 de janeiro à noite, em reunião com o governador do Estado e secretários. A data em que o Ministério foi informado sobre o problema no Amazonas faz parte de um imbróglio de versões. A atuação do ex-ministro no caso é investigada em inquérito. Como revelou o Broadcast/Estadão, em depoimento à Polícia Federal em fevereiro, o ex-ministro mudou a versão do governo e disse que não soube do colapso no fornecimento de oxigênio no dia 8 de janeiro, como a Advocacia-Geral da União (AGU) havia informado ao Supremo Tribunal Federal (STF) anteriormente.
Por outro lado, Pazuello também disse à CPI que no dia 8 de janeiro já se iniciou o transporte aéreo de oxigênio para Manaus "Todas as ofertas de entrega de oxigênio, eu aceitei todas". "Demanda da White Martins só entrou na lógica do que estava sendo feito", respondeu o ex-ministro sobre a demanda feita pela empresa, alegando ainda que demonstrou interesse no avião ofertado pelos Estados Unidos para transportar oxigênio. A sessão precisou ser suspensa enquanto o assunto era discutido, em razão de um bate-boca envolvendo o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM)
"Medidas possíveis a partir do dia 10 foram executadas para Manaus", disse Pazuello. "O assunto é muito profundo, claro que ações proativas precoces trazem resultados melhores. Em tese, qualquer coisa tratada com precocidade traz respostas melhores", respondeu Pazuello ao relator Renan Calheiros (MDB-AL), afirmando ainda que o senador estava fazendo "suposições" sobre a demora de reação do governo.
O depoente garantiu à CPI que discutiu com a Pfizer "initerruptamente”, mas que havia problemas, segundo ele, em questões técnicas e de logística.
O clima na CPI ainda esquentou entre o ex-ministro e o senador Eduardo Braga, depois de Pazuello afirmar que foram apenas três dias de desabastecimento de oxigênio no Amazonas. "Em 4 ou 5 dias, já estávamos com nível de estoque restabelecidos. Tivemos três dias onde aconteceram as maiores dificuldades", afirmou.
Braga então rebateu ao ex-ministro dizendo que a crise de desabastecimento durou 20 dias, e não três. "Não faltou oxigênio no Amazonas em apenas três dias. Faltou oxigênio por mais de 20 dias. É só ver o número de mortos, é só ver o desespero das pessoas. Não é possível", afirmou o senador.