Covaxin

Tasso diz acreditar em impeachment de Bolsonaro se corrupção na compra da Covaxin for provada

As doses do imunizante foram negociadas em fevereiro deste ano e adquiridas pelo valor de 15 dólares por unidade. Em comparação, na mesma época, as doses Pfizer foram oferecidas ao Brasil por 10 dólares, sendo negadas pelo governo

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 26/06/2021 às 10:31 | Atualizado em 26/06/2021 às 10:48
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O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) declarou que, se houver confirmação de ilegalidades no contrato para compras da vacina Covaxin, acreditará na hipótese de um impeachment de Bolsonaro. A declaração foi dada durante entrevista para a BBC News Brasil, nesta quinta-feira, 24. De acordo com o parlamentar, membro titular da CPI da Covid, a ação só poderia ser justificada em um “caso extremo” de corrupção, visto que o atual cenário do país não é propício.


“Qual seria o caso extremo? O caso extremo seria, por exemplo, que nessa história da Covaxin chegássemos à conclusão que havia interesses escusos atrás disso e não haja explicação para o assunto. Aí não tem jeito, porque simplesmente se negou à população brasileira uma vacina (a Pfizer) que teria salvo vidas e vidas em função de um interesse escuso (privilegiando a Covaxin)”, declarou o senador.
De acordo com o senador cearense, devido a complexidade nos processos de impeachment, o momento propício para a mudança na Presidência seria nas próximas disputas eleitorais. “Eu acho que o presidente tem ainda uma base de apoiadores grande, o impeachment é um processo demoradíssimo, complicado, tem uma fase de transição, em que o vice-presidente da República assume provisoriamente, e seria muito ruim se isso acontecesse agora ainda em plena pandemia. Não seria bom para o país. O melhor é que a mudança de presidente seja feita pelo voto nas próximas eleições do ano que vem”, opinou Jereissati.


De acordo com a BBC, Tasso declarou que a CPI ainda vai avaliar a quebra de sigilo fiscal e bancário das empresas envolvidas na negociação. Além da Precisa Medicamentos, intermediária entre o governo brasileiro a indiana Bharat Biotech, a empresa Cingapura Madison Biotech também foi indicada no contrato para receber US$ 45 milhões adiantados do contrato de R$ 1,6 bilhão para aquisição de 20 milhões de doses.

A Covaxin, produzida na Índia, se tornou alvo de investigações da CPI da Covid e do Ministério Público. Em fevereiro deste ano, foi divulgado que o governo brasileiro pagou cerca de 15 dólares por dose da Covaxin, o equivalente a R$ 80,70, na cotação da época. A compra teria sido executada antes mesmo de firmar contrato para compra de vacinas da Pfizer, que custavam 10 dólares e que vinham sendo oferecidas ao Brasil desde 2020. Atualmente, a Covaxin é a vacina mais cara negociada pelo governo até agora.

 

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