Oposição

'Dificilmente cumpre com o que fala', diz Daniel Coelho após Bolsonaro sinalizar apoio a fundo eleitoral de R$ 4 bilhões

No dia 19 de julho, durante encontro com apoiadores, o militar da reserva disse que não tinha a obrigação de aceitar tudo o que era encaminhado para ele do Legislativo e que "a tendência" seria não sancionar o fundo

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Renata Monteiro

Publicado em 27/07/2021 às 17:58 | Atualizado em 27/07/2021 às 18:04
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Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar que vai vetar o fundão eleitoral de R$ 5,7 bilhões aprovado pelo Congresso Nacional, mas o sancionaria se fosse de R$ 4 bilhões, o deputado federal Daniel Coelho (CID) afirmou que, mais uma vez, o chefe do Executivo federal não cumpriu com a sua palavra. No dia 19 de julho, durante encontro com apoiadores, o militar da reserva disse que não tinha a obrigação de aceitar tudo o que era encaminhado para ele do Legislativo e que "a tendência" seria não sancionar.

"Em um primeiro momento eu cheguei a me animar porque o presidente disse que iria vetar, mas logo depois ele voltou atrás, como é uma praxe do presidente Bolsonaro, que dificilmente cumpre com aquilo que fala. Ele tem uma palavra e outra atitude. Ele disse que iria vetar o fundão e agora vai sancionar R$ 4 bilhões. A gente com um problema grave de covid, de desemprego, com inúmeras prioridades que deveriam ser colocadas e ainda topar de mandar R$ 4 bilhões (para o fundão)", declarou Daniel, em entrevista à Rádio Jornal Caruaru.

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A previsão do valor para campanhas políticas em 2022 foi incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enquanto o texto estava tramitando na Câmara e no Senado. A LDO determina as regras para elaboração do Orçamento, incluindo as previsões de receitas, despesas e a meta fiscal. Ela foi aprovada no Congresso em 15 de julho.

Segundo Daniel, no dia da votação da Câmara ele se absteve de votar, mas com um conjunto de parlamentares acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a votação seja anulada. "Eu vou continuar lutando, não para que Justiça determine o valor do fundão, que não é papel dela fazer isso, mas para que considere a ilegalidade daquela votação. A votação tem que ser nominal, com a transparência que pede a Constituição Federal. A população brasileira tem o direito de saber quem é o deputado e o senador que é a favor desse fundão. Eu só quero isso", cravou.

Na entrevista, Daniel Coelho também criticou a proximidade do presidente com partidos do Centrão, relação que culminou, inclusive, com a nomeação de Ciro Nogueira (PP) para a Casa Civil. "Alguém que foi eleito para combater o toma lá dá cá, dizendo que não faria acordo com o centrão, agora nomeia o Ciro Nogueira, que é conhecido como um cara da velha política, como um cara do toma lá dá cá, para a Casa Civil, uma cadeira onde sentou, na época de Lula (PT), José Dirceu, que ele tanto criticava. É uma grande decepção o governo de Bolsonaro", disse o parlamentar.

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