André Campos diz que negativa de Geraldo Julio em concorrer a governador é 'estratégia': 'conversa tradicional de político'
Segundo Campos, a Frente Popular possui outros quadros de destaque para encabeçar uma chapa no pleito do ano que vem, mas Geraldo seria o "grande nome do PSB" para essa posição
Ex-vereador do Recife e de Jaboatão dos Guararapes, ex-deputado estadual, ex-secretário da Casa civil e hoje presidente da Copergás, André Campos afirmou, na manhã desta quarta-feira (1º), que acredita que a recente declaração do ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), de que não será candidato a governador em 2022, não passa de "estratégia". Segundo o aliado do governador Paulo Câmara (PSB), a Frente Popular possui outros quadros de destaque para encabeçar uma chapa no pleito do ano que vem, mas o atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado seria o "grande nome do PSB" para essa posição e, no momento certo, a coligação anunciará a sua decisão.
"Eu acho que o candidato natural a governador é Geraldo Julio. É claro que, como estratégia, as pessoas não vão dizer que o candidato é Geraldo, Geraldo não vai se posicionar como candidato, mas eu acho que o grande nome que o PSB e a Frente Popular têm é Geraldo Julio. E quando Geraldo diz que não é candidato, é porque ele não é candidato neste momento. Pode ser mais na frente. Se você for conversar com Raquel Lyra (PSDB), com Anderson (Ferreira, PL), com Miguel (Coelho, MDB), todos dizem a mesma coisa, isso é conversa tradicional de político, dizer que não é candidato, que vai ouvir as bases. Mas na hora certa a Frente Popular vai decidir e vai ganhar novamente a eleição em Pernambuco", declarou Campos, durante entrevista à Rádio Clube.
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Em agosto, em resposta a uma publicação do Blog do Edmar Lyra que afirmava que a sua candidatura ao governo era certa, Geraldo Julio divulgou uma nota dizendo que não concorrerá ao Palácio do Campo das Princesas. "Gostaria de deixar claro que desde o mês de abril comuniquei ao Governador e declarei publicamente a minha decisão de não ser candidato a governador. Reafirmo essa decisão", cravou, na ocasião.
Nos bastidores, comenta-se que o gesto do ex-prefeito pode ter duas conotações: a primeira é que o socialista estaria insatisfeito com o movimento de alguns aliados, que estão defendendo não a sua postulação, mas a de nomes como a da secretária de Infraestrutura, Fernandha Batista, o do secretário da Casa Civil, José Neto, o do secretário da Fazenda, Décio Padilha, ou até o do ex-presidente do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro.
Por outro lado, a fala de Geraldo também pode ser vista como o modo que o PSB encontrou de retirar o seu candidato ao governo da mira da oposição, que frequentemente tem divulgado investigações da Polícia Federal e de órgãos de controle sobre ações realizadas na sua gestão, sobretudo durante a pandemia. Oficialmente, o PSB diz que "não discute eleições agora", apesar de o presidente estadual do partido, Sileno Guedes, já ter defendido o nome de Geraldo Julio diversas vezes em entrevistas.
"Os nomes que colocam como possibilidades de candidatura têm grandes serviços prestados a Pernambuco e à Frente Popular. Fernandha é um quadro brilhante que está à frente da Secretaria de Infraestrutura, uma menina muito preparada e que tem muito a oferecer a Pernambuco ainda. Zé Neto é um político que nunca teve mandato, mas é uma pessoa de muita sensibilidade política, é um cara que se dá bem com a Assembleia, com os prefeitos do interior. E Geraldo foi um prefeito muito eficiente na cidade do Recife. Alguns o criticam, claro que toda gestão tem seus erros e seus equívocos, mas se você andar na periferia do Recife, você vai ver em todo lugar que você chegar alguma obra da gestão de Geraldo Julio", observou André Campos.