declaração à nação

Ministros do STF enxergam recuo de Bolsonaro com desconfiança

A percepção inicial é de que o presidente fez esse movimento por medo

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Estadão Conteúdo, Adige Silva

Publicado em 10/09/2021 às 0:12 | Atualizado em 10/09/2021 às 1:28
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O recuo tático do presidente Jair Bolsonaro com a 'Declaração à Nação' divulgada nesta quinta-feira (9) foi recebido com desconfiança pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com o Estadão. A percepção inicial é de que o presidente fez esse movimento por medo. Por isso, os magistrados adotaram a estratégia de aguardar para ver se a bandeira branca se mantém estendida.

No STF, tramitam quatro inquéritos contra Bolsonaro, e a Segunda Turma do Supremo decidirá em breve o futuro de um dos filhos dele, o senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ), no caso das rachadinhas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem em mãos um relatório quase pronto que pode levar à cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por supostos crimes cometidos na campanha eleitoral de 2018. Outro fator é o peso que os ministros teriam em apoiar a abertura de um processo de impeachment, quevoltou a ser discutido entre partidos nos últimos dias.

Para os ministros ouvidos pelo Estadão, as manifestações do dia 7 de setembro deram errado. Os organizadores dos atos prometiam colocar 2 milhões de pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, e ao menos 1 milhão na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No entanto, os números oficiais dão conta de, respectivamente, 125 mil e 80 mil em cada protesto.

Além de colocar menos apoiadores do que pretendia nas ruas, Bolsonaro não conseguiu apoio dos policiais ao ponto de estourarem motins nos estados, avaliou um ministro.

 

A carta foi articulada pelo ex-presidente Michel Temer. Ele avisou ao presidente que se a mobilização dos caminhoneiros persistir por mais uma semana, a permanência de Bolsonaro no Planalto fica ameaçada.

 

 

 

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