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Ex-mulher de Bolsonaro será convocada pela CPI da Covid para explicar relação com suposto lobista

O suposto lobista é ouvido pelos senadores em oitiva realizada nesta quarta-feira

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Bruna Oliveira

Publicado em 15/09/2021 às 15:57 | Atualizado em 15/09/2021 às 16:24
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Ana Cristina Valle, uma das ex-mulheres do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), será convocada pela CPI da Covid para prestar depoimento aos senadores sobre indícios de relação dela com o suposto lobista Marconny Albernaz de Faria. O homem é ouvido pelos senadores em oitiva realizada nesta quarta-feira (15).

Em depoimento, Marconny negou ter negócios com a ex-mulher do presidente e afirmou que a conhece por meio de Jair Renan, filho dela com Bolsonaro. Apesar da declaração, os parlamentares dizem contar com troca de mensagens que mostram uma suposta atuação da mulher a pedido de Marconny.

"Mensagens eletrônicas extraídas de aparelho celular em posse desta Comissão Parlamentar de Inquérito indicam que, a pedido do lobista Marconny Faria, a senhora Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do atual presidente da República, entrou em contato com o Palácio do Planalto para exercer influência no processo de escolha do Defensor Público-Geral Federal junto ao então ministro da Secretaria Geral da Presidência e atual ministro do TCU, Jorge Oliveira", diz trecho do requerimento de convocação de Ana Cristina. O texto foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Para Alessandro, o caso precisa ser investigado. "A relação próxima [de Marconny] com a ex-esposa do senhor Jair Bolsonaro deve ser amplamente esclarecida, com vistas a examinar potencial atuação ilícita de ambos no contexto da pandemia", disse.

De acordo com o senador, as mensagens fazem parte de um material que se encontra sob sigilo e foi enviado pelo Ministério Público do Pará. Elas teriam sido obtidas através de investigações sobre o desvio de recursos públicos em órgão ligado à pasta da saúde.

Para os senadores da CPI da Covid, Marconny é tido como lobista da Precisa Medicamentos, empresa que intermediava a venda da vacina Covaxin, produzida pela farmacêutica indiana Bharat Biotech - com o governo brasileiro. 

Pelo contrato seriam compradas 20 milhões de doses do imunizante, ao custo de R$ 1,6 bilhão. Em junho, após denúncias de irregularidades envolvendo a compra dos imunizantes se tornar alvo da CPI da Pandemia do Senado, a suspensão do acordo foi anunciada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

 


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