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Queiroga volta atrás e diz à colunista que Bolsonaro não mandou a suspensão das vacinação de adolescentes

"Bolsonaro não mandou nada. O presidente não interfere nisso daí", afirmou Queiroga

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Estadão Conteúdo

Publicado em 17/09/2021 às 14:32
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Nesta quinta-feira (16), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, negou que tenha seguido ordens do presidente Jair Bolsonaro para suspender a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos. "Bolsonaro não mandou nada. O presidente não interfere nisso daí", afirmou Queiroga à Folha de S.Paulo. A declaração vai de encontro ao que afirmou o ministro no dia anterior, em coletiva.


A medida foi recomendada pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira (16), o que causou controvérsias entre autoridades e governadores. À colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, o ministro disse que o presidente apenas recebe as informações que repassa a ele. "Bolsonaro é o presidente da República. Conversamos várias vezes por dia. E ele sabe de alguma coisa e me diz 'Queiroga, veja isso aí", diz o ministro.

Declarações anteriores

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nessa quinta-feira, 16, que partiu do presidente Jair Bolsonaro a orientação para rever a vacinação de adolescentes no País. Mais cedo, a Pasta orientou a interrupção da aplicação de doses em pessoas de 12 a 17 anos sem comorbidades, apesar da Anvisa autorizar o imunizante da Pfizer para a faixa etária.
"O que o ministério da Saúde fez? Na nota técnica 40 da Secovid, retirou os adolescentes sem comorbidades. O senhor tem conversado comigo sobre esse tema e nós fizemos uma revisão detalhada no banco de dados do DataSUS", afirmou Queiroga ao lado do presidente, na transmissão semanal ao vivo nas redes sociais feita pelo chefe do Planalto. "A minha conversa com o Queiroga não é uma imposição. Eu levo para ele o meu sentimento, o que eu leio, o que eu vejo, o que chega ao meu conhecimento", acrescentou Bolsonaro.
O presidente destacou que a Anvisa recomenda a vacinação de adolescentes com Pfizer, mas que isso não seria uma obrigação. Ainda afirmou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) é contrária à vacinação de adolescentes, quando, na verdade, a entidade apenas recomenda a priorização dos grupos mais vulneráveis.
Durante a live, Queiroga renovou críticas mais cedo feitas a governadores a prefeitos, que estariam descumprindo o Plano Nacional de Imunização (PNI) ao antecipar a vacinação de adolescentes - e, segundo o ministro, utilizando, inclusive, marcas de vacinas não autorizadas pela Anvisa para a faixa etária. "Surpresa mais de 3,5 milhões adolescentes vacinados desde agosto", disse o ministro. "Alguns governadores e prefeitos estão obrigando a vacinar a molecada. Se tiver efeitos colaterais graves, eu quero saber quem vai se responsabilizar", acrescentou Bolsonaro.
A Anvisa, contudo, emitiu nota na noite desta quinta-feira ratificando a liberação de uso da Pfizer em adolescentes e reforçou a existência de dados de segurança e eficácia.
 

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