Para Daniel Coelho não existe justificativa para aumentar o fundo eleitoral para R$ 5,7 bilhões
"O que está realmente em debate e a unanimidade é sobre o valor. A última eleição ela já foi realizada com recursos volumosos do fundo eleitoral e todo mundo fez campanha", diz Daniel Coelho, presidente estadual do Cidadania
Um dos quatro deputados da bancada federal pernambucana a votar contra o aumento do Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões, Daniel Coelho (Cidadania) fez duras críticas a verba destinada para bancar as campanhas eleitorais de 2022. “Acho que se você fizer uma pergunta a população, vai perceber que o eleitor da esquerda, da direita, do centro, o que apoia Lula, o que apoia Bolsonaro e o que apoia a terceira via, era de que não houvesse esse aumento (do fundão) e mesmo assim, pensando em interesse próprio, a maioria do Congresso aprova o aumento do fundo eleitoral”, declarou o parlamentar.
Ainda segundo Daniel Coelho, em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, nesta terça-feira (21), não há nada que possa justificar o aumento desse tipo financiamento se comparado ao fundo eleitoral de 2020. “O que está realmente em debate e a unanimidade é sobre o valor. A última eleição ela já foi realizada com recursos volumosos do fundo eleitoral e todo mundo fez campanha e elas foram às ruas. Então não há nada que justifique o aumento”, disparou o parlamentar.
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“Lembrando que com o volume de recursos anterior, houve uma onda de denúncias pelo Brasil de desvios, de candidaturas laranjas, de utilização do fundo eleitoral não para fazer campanhas e divulgar ideias, mas para virar dinheiro no bolso de alguns dirigentes partidários”, declarou Daniel, presidente estadual do Cidadania de Pernambuco.
Para o deputado federal pautas como aumento do chamado “fundão”, e aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, são exemplos que fazem com que a avaliação do Congresso Nacional alcance o índice de apenas 10% de aprovação entre os que consideram o trabalho do legislativo bom ou ótimo. Os dados foram divulgados pela pesquisa do Datafolha, nesta terça-feira. Mesmo dentro da margem de erro, o índice é de três pontos percentuais menor do que a última pesquisa, divulgada em setembro.
“O que tem que separar é que uma coisa é a avaliação em conjunto do Congresso, a outra coisa é a avaliação individual de cada deputado e senador, e ela pode ser mais alta ou mais baixa dependendo da atuação de cada um. Essa baixa aprovação é natural e concordo em ser negativa. Essa legislatura atual, deixou muito a desejar sobre os interesses da nação”, declarou Coelho em entrevista à Rádio Jornal.
Em sua avaliação, com a intensificação do uso das redes sociais pelos parlamentares, criou-se uma bolha individual, em que cada um está mais preocupado em discursar especificamente para seu eleitorado, do que em provocar debates em nome de um bem coletivo.
“Nós estamos vivendo uma nova dinâmica. Fico incomodado, apesar de utilizar as redes sociais, mas não consigo me adaptar a esse novo modelo. Um debate sério sobre a questão do orçamento e metade dos parlamentares está com o celular fazendo uma live repetindo narrativas desassociadas com o que está ocorrendo. Nós perdemos a argumentação, o debate, o contraponto que era o parlamento”, criticou Daniel Coelho.