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Com citação de Eduardo Campos, Alckmin confirma filiação ao PSB 

Ex-governador confirmou os rumores nesta sexta-feira (18) pelas redes sociais. A assinatura de filiação deve acontecer na próxima quarta-feira (23) em Brasília

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Estadão Conteúdo

Publicado em 18/03/2022 às 11:05 | Atualizado em 18/03/2022 às 11:12
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O ex-governador Geraldo Alckmin confirmou os rumores e anunciou sua filiação ao PSB nesta sexta-feira (18) pelas redes sociais. Na publicação, o em breve socialista citou, ainda, a frase do ex-governador pernambucano Eduardo Campos: "não vamos desistir do Brasil".

"A política precisa enxergar as pessoas. Não vamos deixar ninguém para trás. Nosso trabalho para ajudar a construir um país mais justo e pronto para o enfrentamento dos desafios que estão postos está só começando", pontuou Alckimin.

A assinatura de filiação deve acontecer na próxima quarta-feira (23) em Brasília, em um evento que está sendo formatado para apresentá-lo como um político progressista e no qual lideranças históricas de outros partidos também vão ingressar na legenda.

GUGA MATOS/JC IMAGEM
Na foto, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em 2014 - GUGA MATOS/JC IMAGEM

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem o ex-tucano deve ser candidato a vice, ainda não confirmou presença no ato de filiação, mas dirigentes pessebistas dizem que o presidenciável sinalizou que vai participar do evento.

Entre as lideranças que vão dividir o palanque com Alckmin e também assinarão a filiação ao PSB estão o presidente da Aliança Nacional LGBTQIA+, Toni Reis; o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, que deixou o PSDB; o advogado e influencer Augusto de Arruda Botelho; e o senador Dario Berger (SC), que deixou o MDB; além do núcleo de aliados mais próximos do ex-governador paulista.

Núcleo

A lista de tucanos do entorno de Alckmin que vai se filiar ao PSB tem o ex-deputado estadual e ex-presidente do PSDB Pedro Tobias, os ex-deputados federais Silvio Torres e Floriano Pesaro e o ex-prefeito de Sorocaba Antonio Carlos Pannunzio.

Outro ex-tucano que está no núcleo duro do ex-governador é o sociólogo Fernando Guimarães, que liderou a corrente Esquerda para Valer no PSDB. Guimarães, que entrou na executiva estadual do PSB paulista recentemente, é também coordenador do movimento Direitos Já e tem feito a interlocução entre o ex-governador e líderes de movimentos da sociedade civil.

Em outra frente, Alckmin tem mantido diálogo com tucanos históricos, mas que, pelo menos por ora, não mudarão de partido. O ex-governador esteve com os ex-senadores paulistas Aloysio Nunes Ferreira e José Aníbal - que integra o grupo de dissidentes do governador e presidenciável tucano, João Doria. "Tenho conversado com Geraldo sobre política. Ele recebeu um tratamento muito aquém do seu tamanho no PSDB. Não critico a decisão (de ser candidato a vice do Lula)", disse Aníbal.

Sobre a possibilidade de mudar de partido, o ex-senador afirmou que ainda está fazendo um trabalho dentro da legenda.

Ausência

Apesar da estratégia de Alckmin de se aproximar de movimentos sociais progressistas, o ex-governador enfrenta resistências no PT e é alvo de críticas no campo da esquerda. "A direção do PSB foi gentil ao nos convidar para o ato. Assim, evitamos o constrangimento de declinar", disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.

"Vamos ver quanto tempo ele vai demorar para fazer a autocrítica de suas posições neoliberais", declarou o dirigente. No PT, a ala que é contrária à escolha de Alckmin como vice de Lula é integrada pelo ex-presidente do partido Rui Falcão, pelo ex-deputado José Genoino e por correntes mais à esquerda da legenda. Segundo petistas, uma opção ventilada é que o ex-presidente mande uma mensagem gravada no evento de filiação de Alckmin.

O ex-governador anunciou sua saída do PSDB - partido do qual foi um dos fundadores e onde estava havia 33 anos - em 15 de dezembro, após romper com Doria, seu ex-afilhado político. Alckmin, que foi a sétima assinatura na lista de presença dos fundadores do partido, disputou duas vezes o Palácio do Planalto, em 2006 e 2018, com uma agenda conservadora e discurso antipetista. 

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