Dilma Rousseff lamenta morte de Jô Soares e relembra impeachment: único disposto a me ouvir
Veja o que Dilma Rousseff disse sobre a morte de Jô Soares
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) lamentou a morte do autor e ator Jô Soares, que faleceu na madrugada desta sexta (5), aos 84 anos, em São Paulo.
"É com tristeza que recebo a notícia da passagem de Jô Soares. Escritor notável, humorista brilhante e um entrevistador sensível, Jô foi um artista e intelectual de grande dimensão", disse Dilma Rousseff.
"O Brasil perde um grande artista e eu, atrevo-me a dizer, perdi um amigo. Meus sentimentos aos familiares, admiradores e fãs deste artista brasileiro de rara sensibilidade", completou Dilma.
A ex-presidente também disse que Jô foi a "única voz" na Rede Globo que estava disposta a lhe ouvir durante seu processo de impeachment em 2016.
"Quando eu estava sob intenso ataque da mídia e dos adversários políticos, pouco antes do processo de impeachment, em abril de 2016, ele (Jô Soares) abriu seu programa para me entrevistar. Foi uma conversa respeitosa e muito importante. Jô foi a única voz dentro da Globo disposta a me ouvir naquele momento. E disso eu não me esqueço. Ele foi um democrata e era um artista de princípios."
Na época anterior ao impeachment Jô Soares já afirmava ser contra cartazes de "Fora Dilma" e se colocava contra impeachments, tanto dela quanto de outros presidentes.
Jô Soares morreu aos 84 anos em São Paulo
Jô Soares estava internado no Hospital Sírio Libanês. A informação de sua morte foi divulgada pela ex-esposa de Jô, Flávia Pedras Soares, em sua conta no Instagram.
Por meio de nota, o hospital informou que o ator, escritor, diretor e apresentador Jô Soares, de 84 anos, estava internado ali desde o dia 28 de julho. Nesse período, foi acompanhado pelas equipes do corpo clínico. O hospital não informou qual foi a causa da morte.
Carreira de Jô Soares
José Eugênio Soares, o Jô Soares, nasceu em 16 de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro, filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e de Mercedes Leal Soares. Sua estreia como ator ocorreu no filme O Homem do Sputnik, filme de Carlos Manga.
Jô escreveu roteiros para programas de televisão em emissoras como as TVs Continental, Record e Globo. E também atuou em diversos programas humorísticos das TVs Tupi, Record, SBT e Globo.
Entre os shows televisivos que comandou mais estão o humorístico Viva o Gordo e seus programas de entrevistas Jô Soares Onze e Meia, no SBT, e Programa do Jô, na Globo. Este último ficou no ar por 17 anos, de 2000 a 2016.
Jô Soares também se aventurou na literatura, publicando romances como O Xangô de Baker Street, O Homem que Matou Getúlio Vargas, Assassinatos na Academia Brasileira de Letras e As Esganadas.