Carlos Andrade Lima tenta se descolar da disputa nacional e afirma que papel do senador é buscar recursos
Carlos defendeu o liberalismo e sua agenda e afirmou que, se eleito senador, focaria seu mandato na busca por recursos para Pernambuco
Na sabatina promovida nesta quarta-feira (24) pela Rádio Jornal, Carlos Andrade Lima (UB) tentou se descolar da disputa nacional e descartou embates por questões 'ideológicas'. O candidato ao Senado, porém, defendeu o neoliberalismo e sua agenda. O empresário ainda afirmou que, se eleito, focaria seu mandato na busca por recursos para o estado.
"A função do senador é lutar pelo seu estado, trazer recursos. É algo que não vemos em dois dos senadores de Pernambuco. O Senado não é a casa da disputa ideológica, mas a disputa federativa dos estados", disse Carlos Andrade Lima, fazendo referência a Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcellos (MDB), poupando Fernando Bezerra Coelho (MDB).
O candidato expôs sua movimentação, junto com a do seu candidato ao Governo de Pernambuco, Miguel Coelho (UB), para se afastar do que chamou de "arena ideológica" promovida pela disputa entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) para a Presidência. O União Brasil lançou Soraya Thronicke ao Planalto, candidata com 0,1% de intenção de voto, segundo levantamento do Paraná Pesquisas.
Ainda sobre a contaminação da gestão estadual pela diplomacia nacional, culpou a "arenga" de do governador Paulo Câmara (PSB) com o presidente Jair Bolsonaro. O candidato apontou esse como um dos motivos para Pernambuco não receber mais recursos da União.
Sobre questões de parlamento, afirmou que votações como a redução do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias, de fato, impactam as contas públicas. "Claro que os governadores não querem diminuir alíquota, mas precisamos ouvi-los. A redução, nesse caso, foi necessária", disse.
Portando-se como defensor do liberalismo, o candidato criticou a postura do Governo Federal com relação a essa pauta. Afirma que a agenda, ao contrário do prometido em 2018, não foi instaurada por Bolsonaro e Paulo Guedes.
O candidato defendeu a existência do Fundo Eleitoral, reafirmando sua função de evitar desvirtuações causadas pelo financiamento de campanhas por empresas. "Vamos lembrar os casos de corrupção. Com relação ao espírito do fundo, eu acho ok, mas concordo que o valor é muito alto", disse.
Carlos também recordou sua candidatura à Prefeitura do Recife, em 2020, quando era filiado ao então PSL e obteve 1,74% dos votos. O candidato afirmou que, na ocasião, conseguiu aprender mais sobre os problemas da cidade e afirmou que sua presença na chapa demonstra atenção à Região Metropolitana do Recife.
"Meu nome representa a preocupação de Miguel com a representação de cada região. Precisava de alguém com experiência e conhecimento da RMR. Quando você une Sertão, Agreste e RMR, a intenção é representatividade de todo o estado", diz.
Carlos Andrade Lima otimista sobre a corrida ao Senado
De acordo com a pesquisa eleitoral Conectar para o Senado, Carlos Andrade Lima (UB) tem 3% de intenção de voto para o Senado. Apesar disso, o candidato segue esperançoso: isso porque devido ao alto índice de indecisos, o empresário está empatado tecnicamente com outros candidatos com fôlego.
Levando-se em conta a margem de erro de três pontos percentuais, ele está empatado com Teresa Leitão (PT) e Gilson Machado Neto (PL). André de Paula (PSD) lidera a corrida eleitoral, seguido de Guilherme Coelho (PSDB).
"Estou há 20 dias em campanha e estou tecnicamente empatado com Teresa, candidata de Lula, e Gilson, de Bolsonaro. Vou ter mais tempo de TV, será tempo de esperar o joio de trigo, quero ser o senador de trabalhar por Pernambuco. Eu vou dividir as emendas, apresentando aos eleitores seu destino", disse Carlos.
O candidato ao Senado também afirma que seu aliado, Miguel Coelho, vai 'voar' nas pesquisas após mostrar o que é Petrolina. A cidade foi gerida pelo candidato ao Governo entre 2017 e março deste ano, quando deixou o cargo para concorrer ao executivo estadual.
Interlocução com adversários
Carlos foi questionado sobre a disputa por votos no interior, especialmente por cauda do racha na família Coelho, que tem Guilherme Coelho concorrendo ao Senado ao lado de Raquel Lyra (PSDB), adversária de Miguel Coelho na corrida pelo Governo.
"Não quero distância de Raquel e de Guilherme, podemos conversar e trocar ideias. A gente quer proximidade regulamentar. Mas Miguel tem seu candidato ao Senado, que sou eu, enquanto tenho meu candidato ao Governo, que é Miguel", pontuou.