VOTO ÚTIL: O que é voto útil? Voto útil é ilegal? Lula está pedindo voto útil? Entenda

Faltando cerca de duas semanas para a realização do primeiro turno das eleições (em 2 de outubro), o tema voto útil tem ganhado espaço na mídia, nas redes sociais e nas campanhas eleitorais.

A cientista política e professora Priscila Lapa, definiu que o voto útil acontece quando o eleitor decide votar um um candidato não por questões ideológicas, ou porque acredita nas propostas ou confia em determinado candidato, e sim por um aspecto mais pragmático.

"A pessoa define o voto como se estivesse em uma arena competitiva, ela vota para tirar do páreo o candidato que ela não quer que ganhe de jeito nenhum. Então, se meu candidato - aquele pelo qual eu tenho simpatia - não tem chance de ganhar, eu vou e faço a escolha por outro que tem mais chance de derrotar quem eu não quero que ganhe de jeito nenhum". A declaração foi feita em entrevista ao comunicador Ciro Bezerra, durante o programa Balanço de Notícias, da Rádio Jornal, nesta terça-feira (20).

Voto útil faz parte do jogo democrático

Priscila Lapa disse ainda que, apesar do voto útil ser um voto sem motivações programáticas, ele faz parte do "jogo democrático". "O voto útil existe desde que o mundo é mundo, desde a existência das Democracias". Para ela, a aceitação do voto útil também tem a ver com questões culturais.

"No Brasil existe essa cultura de 'torcida organizada' dentro da arena eleitoral, e esse ano mais ainda. Nunca tivemos uma fase tão emocional na Política como agora. E os partidos irão adotar todo tipo de estratégia [para convencer o eleitor]", diz a cientista.

Priscila Lapa explicou ainda que a eleição em dois turnos é uma regra eleitoral adotada em vários países para que se tenha uma pluralidade maior no primeiro round da disputa e, no segundo turno, se concentre as percepções politicas nos dois candidatos mais votados, tornando a eleição mais competitiva.

Voto útil é antidemocrático?

Indagada pelo comunicador Ciro Bezerra sobre ser, ou não, antidemocrático fazer campanha pelo voto útil, a cientista política diz que isso faz parte do debate democrático.

"Antidemocrático é quando você não respeita o direito de escolha de alguém. Agora, quando você coloca seu raciocínio e pergunta se a pessoa concorda ou não, isso faz parte do debate democrático. As pessoas precisam parar de se doer tanto e começar a pensar de forma mais racional e menos emocional quando se trata do voto", concluiu Priscila Lapa.