De passagem pela capital pernambucana nesta quarta-feira (14), a candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, visitou pela manhã a sede do Porto Digital, no Bairro do Recife, onde foi apresentada à história da entidade e pôde expor aos seus representantes algumas das suas propostas voltadas às áreas de educação, ciência e economia.
Ao lado da postulante estavam o presidente estadual do MDB, deputado federal Raul Henry, o ex-governador João Lyra Neto, o deputado federal Daniel Coelho (CID), além dos presidentes nacionais do PSDB e Cidadania, Bruno Araújo e Roberto Freire, respectivamente. A candidata a governadora Raquel Lyra (PSDB) e sua vice, Priscila Krause (CID), também acompanharam a emedebista na visita.
Na ocasião, Simone afirmou que o Nordeste tem vários exemplos de sucesso e o Porto Digital é um deles, muito embora tenha apontado que a atual gestão federal, liderada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), não acredite no conhecimento ou no futuro do Brasil. A candidata também falou sobre desburocratização e disse acreditar que a União deve ter responsabilidade com serviços essenciais, como educação e saúde, e que as demais áreas podem contar com o apoio da iniciativa privada para se desenvolver no País.
E as críticas da senadora a Bolsonaro foram adiante. Em coletiva à imprensa, Simone afirmou que, diferentemente do militar da reserva, a sua administração à frente do Palácio do Planalto seria transparente, com as contas de todos os ministérios abertas à quem quisesse esmiuçá-las. A parlamentar garantiu, também, que acabará com o orçamento secreto, caso seja eleita presidente.
“Só aí (no orçamento secreto) são gastos em torno de R$ 20 bilhões, dinheiro que falta para o remédio no posto, porque o governo, para poder pagar o orçamento secreto está contingenciando e cortando 60% dos remédios da farmácia básica. É remédio para diabetes, para pressão alta, remédio de uso continuado que é dado gratuitamente ou a preço muito barato e que a população vai deixar de ter. Recurso tem, dinheiro tem, o brasileiro é um dos povos que mais paga imposto do mundo, o que temos que cortar é a corrupção que mata", observou a candidata à presidência.
Na ocasião, a senadora também criticou a campanha que tem sido feita pelo voto útil no Brasil, a qual classificou como “um desrespeito com a população”. “Em uma das eleições mais importantes, talvez uma das mais difíceis desde a redemocratização, que pode, definitivamente, tirar o Brasil do mapa da fome, da pobreza, da miséria ou não, a depender da escolha do eleitor, nós não queremos que ele vote pelo medo, mas pela esperança. Não queremos que ele vote no menos pior, mas naquele ou naquela que pode representar um futuro digno para a população”, declarou a Simone.
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Em Pernambuco, o MDB está coligado com o PSB na disputa majoritária, e apoia Danilo Cabral para o Governo do Estado. Nacionalmente, porém, a sigla anda ao lado do PSDB e do Cidadania, legendas que aqui apoiam Raquel Lyra e Priscila Krause para o Palácio do Campo das Princesas. Segundo Tebet, o conflito de direcionamentos não causa mal estar entre os seus aliados.
“O MDB é o maior partido do País, mas é municipalista. É um partido que sabe e aceita as particularidades regionais. Da mesma forma que no meu palanque eu tenho companheiros que me apoiam, isso é o que é importante. Eu sempre digo que só precisa de uma legenda, e já tenho, agora só preciso de um caixote e um microfone para me apresentar ao Brasil”, explicou Simone.
Em seu pronunciamento no Porto Digital, Raquel defendeu que o poder público invista internamente em inovação, mas sem esquecer de incentivar a formação de profissionais para atuar na área de tecnologia. Ela citou, inclusive, o programa Trilhatec, que pretende implementar, caso seja eleita governadora.
"Nós temos um dos polos de tecnologia mais respeitados do mundo, nós exportamos talentos, mas o que precisamos é reter esses talentos e garantir que novos possam surgir. Para isso, a gente precisa cuidar dessa criança desde pequenininha, na creche, dentro de uma escola que seja voltada para formar estudantes que tenham autonomia, que tenham independência para tomar as suas escolhas", disse a tucana.
Ao deixar a área central do Recife, Simone Tebet seguiu para a Zona Sul, no bairro de Boa Viagem, onde se encontrou com a candidata a vice na sua chapa, a senadora Mara Gabrilli (PSDB), em uma reunião com representantes da Aliança de Mães de Famílias Raras (Amar). A parlamentar é tetraplégica e fundadora do Instituto Mara Gabrilli, que defende a inclusão de pessoas com deficiência.
“Não há o que falar para pessoas com deficiência antes de falar de saúde pública para elas. As portas do SUS têm que estar abertas. Sem saúde, reabilitação e prevenção, não temos condições, sequer, de inseri-las no mercado de trabalho. Então é isso, atualizar a tabela do SUS e ter um programa específico de reabilitação. Nenhuma porta de um hospital, de um centro de reabilitação, vai ficar fechada para nenhuma mãe que precisar ir com o seu filho, com a sua filha, que tem algum tipo de doença ou deficiência. Essa é a proposta que nós temos para o Brasil”, afirmou Simone, após a agenda.
Mara Gabrilli, por sua vez, defendeu que um governo da dupla tenha a diversidade como uma das prioridades da sua formação. “Quando a gente fala em inclusão estamos falando de pessoa com deficiência, de pessoa com doença rara, da pessoa negra, da pessoa indígena, a gente está falando de LGBTQIA+, de migrantes, de refugiados, de obesos, de idosos, de jovens, então quando a gente fala de um ministério, de um governo com paridade, a gente está falando de diversidade. Essa é a matéria prima mais rica que o Brasil tem e a gente não pode deixá-la para fora”, destacou a parlamentar.
Durante a tarde, o grupo ainda deveria passar por uma visita à AACD, na Ilha Joana Bezerra, e participar de uma caminhada na Roda de Fogo, na Zona Oeste da capital.
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