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Bolsonaro na maçonaria? Vídeo de Bolsonaro pedindo votos viraliza nas redes; entenda a polêmica

Nesta manhã, a hashtag #fakenews, ligada à discussão do tema, foi uma das mais utilizadas no Twitter

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Renata Monteiro

Publicado em 04/10/2022 às 11:27 | Atualizado em 04/10/2022 às 17:29
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Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais na manhã desta terça-feira (4) é um vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, aparece discursando em uma loja maçônica.

As imagens foram editadas de um vídeo maior, originalmente publicado em 2017, segundo o jornal O Globo. Na época, o militar da reserva não havia sequer lançado a sua candidatura à Presidência da República. Nesta manhã, a hashtag #fakenews, ligada à discussão do tema, foi uma das mais utilizadas no Twitter.

Ao longo do vídeo, Bolsonaro afirma que não é "candidato a nada", diz que é necessário "fugir da política tradicional" e faz um alerta para o que classifica como "perigo ideológico". Opositores do presidente têm usado o material para colar a imagem do presidente à instituição, bastante rejeitada por parte significativa do eleitorado dele, os evangélicos.

"Não estou candidato a nada. Há dois anos atrás, resolvi andar pelo Brasil. Sair da zona de conforto que é um mandato parlamentar. É quase como estar no paraíso para quem não tem responsabilidade. Busquei as regiões, fui atrás de problemas e como resolvê-los sem dinheiro. Onde é que o calo aperta para nós brasileiros, quais são os grandes problemas temos que enfrentar", declara o presidente.

O que é maçonaria? Qual é o objetivo da maçonaria?

A maçonaria é "uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista", conforme definição do Grande Oriente do Brasil (GOB), maior Obediência Maçônica latina.

No site do grupo, eles informam que seus princípios são "a liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos, sejam eles instituições, raças, nações; a igualdade de direitos e obrigações dos seres e grupos sem distinguir a religião, a raça ou nacionalidade; a fraternidade de todos os homens, já que somos todos filhos do mesmo criador e, portanto, humanos e como consequência, a fraternidade entre todas as nações".

Nesse contexto, o objetivo dos maçons seria " a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes".

Embora criticada por muitos religiosos, a maçonaria se classifica como uma instituição religiosa, pois "reconhece a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de Grande Arquiteto do Universo, porque é uma entidade espiritualista em contra posição ao predomínio do materialismo". O grupo deixa claro, contudo, que não é uma religião, mas "uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si".

Embora essa ideia seja amplamente compartilhada, a maçonaria também destaca que nenhum maçon é obrigado a deixar a sua religião ao entrar para a instituição. "A maçonaria abriga em seu seio homens de qualquer religião, desde que acreditem em um só Criador, o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Geralmente existe essa crença entre os católicos, mas ilustres prelados tem pertencido à Ordem Maçônica; entre outros, o Cura Hidalgo, Paladino da Liberdade Mexicana; o Padre Calvo, fundador da maçonaria na América Central; o Arcebispo da Venezuela, Don Ramon Ignácio Mendez; Padre Diogo Antonio Feijó; Cônegos Luiz Vieira, José da Silva de Oliveira Rolin, da Inconfidência Mineira, Frei Miguelino, Frei Caneca e muitos outros", diz o site do GOB.

"A maçonaria é eminentemente tolerante e exige dos seus membros a mais ampla tolerância. Respeita as opiniões políticas e crenças religiosas de todos os homens, reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente respeitáveis e rechaça toda pretensão de outorgar situações de privilégio a qualquer uma delas em particular", frisa a instituição.

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