Partido de Ciro Gomes anuncia se apoia Lula ou Bolsonaro no segundo turno. Confira
Notícia foi dada pelo presidente do partido, Carlos Lupi, durante transmissão ao vivo na tarde desta terça-feira (4)
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, anunciou na tarde desta terça-feira (4) que a sigla marchará ao lado do ex-presidente Lula (PT) no segundo turno do pleito deste ano. A sigla participou da primeira fase da disputa com Ciro Gomes, candidato à Presidência da República que ficou na quarta colocação geral da corrida, atrás do próprio Lula, de Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB).
"Nós tivemos uma hora e meia de reunião com toda a Executiva Nacional do partido, presidentes estaduais, presidentes de movimentos, os deputados federais de mandato e senadores e tivemos a decisão unânime de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula, que eu chamo de candidatura do 12 mais 1", afirmou o dirigente partidário, que já ocupou o cargo de ministro do Trabalho e Emprego na gestão do petista.
De acordo com Lupi, desde a última segunda-feira (3) foram iniciadas conversas com a direção do PT para alinhavar a aliança, quando foram apresentadas ao partido quatro propostas que a agremiação deseja que sejam avaliadas e incorporadas ao projeto petista nesta fase da campanha.
"A primeira é a questão da renda mínima, que é um projeto do Eduardo Suplicy, que o nosso Ciro aprovou e colocou na sua plataforma de governo; a renegociação da dívida do SPC e das pequenas empresas; e a questão das escolas em tempo integral e o código brasileiro do trabalho", explicou o pedetista.
Na ocasião, Carlos Lupi destacou que, diferentemente de 2018, quando Ciro Gomes seguiu para Paris após ficar em terceiro lugar no primeiro turno, o aliado não deixará o País desta vez. Ele afirmou, ainda, que não enxerga incoerências no partido pelo fato de Ciro ter feito críticas duras a Lula na campanha deste ano.
"O processo político às vezes se acirra de uma maneira e eu vivenciei isso com Brizola e Lula em 1989. Um teria que engolir o 'sapo barbudo', o outro 'fugiu com a saia da mãe'. Era uma coisa muito forte. Mas isso não impediu Brizola de apoiar Lula na campanha. O processo político às vezes descamba, no calor da emoção. Mas partido político existe para isso, quando ele decide, todos os seus filiados têm que acatar", afirmou Lupi, destacando que Ciro "endossa completamente a decisão do partido".
No mesmo pronunciamento, o presidente do PDT endureceu o tom contra Bolsonaro, a quem classificou como uma "desgraça". "Diferentemente da última eleição presidencial) Hoje o nosso adversário é conhecidamente antidemocrático. Naquele momento ainda estava começando a desgraça. Eu, que sou do Rio, conheço a desgraça há muito tempo, para mim não é surpresa nenhuma. Mas hoje ele consolidou uma obra-prima da desgraça. É a negação da ciência, a pauta identitária contra a cidadania, contra os irmãos negros, definindo a sexualidade das pessoas como ofensa, chegando ao ponto de agredir vocês, jornalistas. Não aceitamos isso. Por isso o nosso trabalho para derrotar Bolsonaro deve ser prioridade absoluta", cravou o pedetista.