Eleições 2022

No Recife, Michelle Bolsonaro e Damares Alves defendem o presidente e incentivam mobilização contra abstenção no segundo turno

Aliadas de Bolsonaro participaram do evento Mulheres com Bolsonaro em Pernambuco, que ocorreu na quadra do Colégio Agnes, situado no bairro das Graças

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Renata Monteiro

Publicado em 15/10/2022 às 16:56 | Atualizado em 16/11/2023 às 17:24
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Parte de uma ofensiva da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar reduzir a reprovação do candidato junto ao eleitorado feminino e nordestino, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a senadora eleita Damares Alves (Republicanos) promoveram, na tarde deste sábado (15), o evento "Mulheres com Bolsonaro em Pernambuco", no Recife. Na última quinta-feira (13), o próprio militar da reserva esteve na cidade, para uma série de compromissos com lideranças religiosas e conservadoras do Nordeste.

O evento ocorreu na quadra do Colégio Agnes, situado no bairro das Graças, na área central da capital. A organização ficou a cargo da deputada estadual Clarissa Tércio (PP), que a partir de 2023 cumprirá mandato na Câmara dos Deputados, em Brasília. Além dela, participaram do encontro com as apoiadoras pernambucanas do presidente a ex-ministra da Agricultura e senadora eleita Tereza Cristina (PP), a deputada federal Rosângela Gomes (REP), a vice-governadora eleita pelo Distrito Federal, Celina Leão (PP), a deputada federal eleita pelo Amapá, Silvia Waiãpi (PL), a deputada estadual Alessandra Vieira (União Brasil) e a vereadora do Recife, Michele Collins (PP).

O ato começou com um atraso de pouco mais de uma hora. Primeira a se pronunciar, Clarissa Tércio foi generosa ao elogiar Damares e Michelle e chegou a afirmar que foi a partir de uma pregação da senadora eleita, há muitos anos, que despertou "para a necessidade do cristão atuar na política". A parlamentar repetiu, ainda, um discurso que foi muito utilizado por ela e seu esposo, o Pastor Júnior Tércio (PP), eleito deputado estadual, durante toda a campanha: de que o Brasil vive uma "guerra do bem contra o mal" e que todos os defensores do "bem" devem se engajar na campanha pela reeleição de Bolsonaro.

Damares, que foi ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos na gestão do liberal, discursou logo em seguida, defendendo o combate às drogas e o incentivo e apoio governamental às comunidades terapêuticas. "Eu sou pastora há mais de 25 anos e sei quantas mães ouvi todos esses anos pedindo socorro porque seus filhos estão nas drogas. Sei quantas famílias foram destruídas pelas drogas e reconheço a importância das comunidades terapêuticas", disse, dando a Bolsonaro o crédito de ser o único presidente que "está dando dinheiro" para essas instituições.

A futura senadora também fez questão de associar o ex-presidente Lula (PT) a valores e ações totalmente contrários a isso, afirmando que o petista quer libertar traficantes e legalizar as drogas . "Nunca foi tão fácil escolher. Vocês preferem a vida ou a morte? A segurança pública ou o crime organizado?", questionou Damares.

Celina Leão, por sua vez, pediu que as aliadas pernambucanas do presidente sigam tentando converter votos para ele e incentivou os idosos que simpatizam com as ideias de Bolsonaro a irem para as urnas no próximo dia 30. "Voto é poder e são essas pessoas que vão nos ajudar a salvar o Brasil. Essa aqui tem 92 anos. Essa outra, 74. Vão votar, se não por vocês, pelos seus filhos, pelos seus netos. Vamos incentivar essas mulheres a irem votar no dia das eleições", cravou a progressista.

Tereza Cristina usou a sua fala no evento para ressaltar ações da gestão Bolsonaro, do qual fez parte como ministra da Agricultura. A ex-auxiliar do presidente declarou que o militar da reserva foi o presidente que mais concedeu títulos de reforma agrária da história do País e que ele não pôde fazer mais porque durante o governo foi atingido por várias crises, como a energética e a pandemia.

Última a discursar, Michelle Bolsonaro reforçou a teoria de "guerra espiritual" que tem sido difundida pelos aliados do presidente e foi dura ao criticar o PT, ao qual classifica como "partido das trevas".

"Estamos percorrendo o Nordeste para dizer que o Brasil é do senhor, que essa nação é próspera, te, promessas do Senhor e elas vão se cumprir. (...) Queridas, nós temos a oportunidade de mudar os rumos do Brasil. Vamos orar, interceder por quem está precisando, por quem troca o voto por um prato de comida. Que vocês possam multiplicar esses votos, conversem com seus parentes. Se ninguém roubar, tem dinheiro para fazer, como nós fizemos e o Brasil só cresceu. Eles (do PT) são pessoas más, que não são patriotas, estão com raiva, com sangue nos olhos e querem voltar ao poder para se vingar. Eles são intolerantes, mas nós somos diferentes, porque temos Deus nos nossos corações", observou a primeira-dama.

Na ocasião, Michelle também tentou defender o marido. "Ele tem defeitos, porque ninguém é perfeito, mas é um homem temente a Deus, um patriota que entrega a vida pelo Brasil, não negocia princípios, defende a família e a nossa liberdade religiosa, que está em risco", pontuou.

Antes de chegar à capital pernambucana, a comitiva de mulheres passou por Natal e seguiu para Maceió. No primeiro turno, o presidente Bolsonaro recebeu menos votos do que Lula em todos os nove estados da região. Em Pernambuco, ele só venceu o petista em Santa Cruz do Capibaribe.

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