No Recife, Michelle Bolsonaro e Damares Alves defendem o presidente e incentivam mobilização contra abstenção no segundo turno
Aliadas de Bolsonaro participaram do evento Mulheres com Bolsonaro em Pernambuco, que ocorreu na quadra do Colégio Agnes, situado no bairro das Graças
Parte de uma ofensiva da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar reduzir a reprovação do candidato junto ao eleitorado feminino e nordestino, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a senadora eleita Damares Alves (Republicanos) promoveram, na tarde deste sábado (15), o evento "Mulheres com Bolsonaro em Pernambuco", no Recife. Na última quinta-feira (13), o próprio militar da reserva esteve na cidade, para uma série de compromissos com lideranças religiosas e conservadoras do Nordeste.
O evento ocorreu na quadra do Colégio Agnes, situado no bairro das Graças, na área central da capital. A organização ficou a cargo da deputada estadual Clarissa Tércio (PP), que a partir de 2023 cumprirá mandato na Câmara dos Deputados, em Brasília. Além dela, participaram do encontro com as apoiadoras pernambucanas do presidente a ex-ministra da Agricultura e senadora eleita Tereza Cristina (PP), a deputada federal Rosângela Gomes (REP), a vice-governadora eleita pelo Distrito Federal, Celina Leão (PP), a deputada federal eleita pelo Amapá, Silvia Waiãpi (PL), a deputada estadual Alessandra Vieira (União Brasil) e a vereadora do Recife, Michele Collins (PP).
O ato começou com um atraso de pouco mais de uma hora. Primeira a se pronunciar, Clarissa Tércio foi generosa ao elogiar Damares e Michelle e chegou a afirmar que foi a partir de uma pregação da senadora eleita, há muitos anos, que despertou "para a necessidade do cristão atuar na política". A parlamentar repetiu, ainda, um discurso que foi muito utilizado por ela e seu esposo, o Pastor Júnior Tércio (PP), eleito deputado estadual, durante toda a campanha: de que o Brasil vive uma "guerra do bem contra o mal" e que todos os defensores do "bem" devem se engajar na campanha pela reeleição de Bolsonaro.
Damares, que foi ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos na gestão do liberal, discursou logo em seguida, defendendo o combate às drogas e o incentivo e apoio governamental às comunidades terapêuticas. "Eu sou pastora há mais de 25 anos e sei quantas mães ouvi todos esses anos pedindo socorro porque seus filhos estão nas drogas. Sei quantas famílias foram destruídas pelas drogas e reconheço a importância das comunidades terapêuticas", disse, dando a Bolsonaro o crédito de ser o único presidente que "está dando dinheiro" para essas instituições.
A futura senadora também fez questão de associar o ex-presidente Lula (PT) a valores e ações totalmente contrários a isso, afirmando que o petista quer libertar traficantes e legalizar as drogas . "Nunca foi tão fácil escolher. Vocês preferem a vida ou a morte? A segurança pública ou o crime organizado?", questionou Damares.
Celina Leão, por sua vez, pediu que as aliadas pernambucanas do presidente sigam tentando converter votos para ele e incentivou os idosos que simpatizam com as ideias de Bolsonaro a irem para as urnas no próximo dia 30. "Voto é poder e são essas pessoas que vão nos ajudar a salvar o Brasil. Essa aqui tem 92 anos. Essa outra, 74. Vão votar, se não por vocês, pelos seus filhos, pelos seus netos. Vamos incentivar essas mulheres a irem votar no dia das eleições", cravou a progressista.
Tereza Cristina usou a sua fala no evento para ressaltar ações da gestão Bolsonaro, do qual fez parte como ministra da Agricultura. A ex-auxiliar do presidente declarou que o militar da reserva foi o presidente que mais concedeu títulos de reforma agrária da história do País e que ele não pôde fazer mais porque durante o governo foi atingido por várias crises, como a energética e a pandemia.
Última a discursar, Michelle Bolsonaro reforçou a teoria de "guerra espiritual" que tem sido difundida pelos aliados do presidente e foi dura ao criticar o PT, ao qual classifica como "partido das trevas".
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"Estamos percorrendo o Nordeste para dizer que o Brasil é do senhor, que essa nação é próspera, te, promessas do Senhor e elas vão se cumprir. (...) Queridas, nós temos a oportunidade de mudar os rumos do Brasil. Vamos orar, interceder por quem está precisando, por quem troca o voto por um prato de comida. Que vocês possam multiplicar esses votos, conversem com seus parentes. Se ninguém roubar, tem dinheiro para fazer, como nós fizemos e o Brasil só cresceu. Eles (do PT) são pessoas más, que não são patriotas, estão com raiva, com sangue nos olhos e querem voltar ao poder para se vingar. Eles são intolerantes, mas nós somos diferentes, porque temos Deus nos nossos corações", observou a primeira-dama.
Na ocasião, Michelle também tentou defender o marido. "Ele tem defeitos, porque ninguém é perfeito, mas é um homem temente a Deus, um patriota que entrega a vida pelo Brasil, não negocia princípios, defende a família e a nossa liberdade religiosa, que está em risco", pontuou.
Antes de chegar à capital pernambucana, a comitiva de mulheres passou por Natal e seguiu para Maceió. No primeiro turno, o presidente Bolsonaro recebeu menos votos do que Lula em todos os nove estados da região. Em Pernambuco, ele só venceu o petista em Santa Cruz do Capibaribe.