Eleições 2022

PSDB de Raquel Lyra pode ser oposição a Lula no Congresso, avalia presidente do partido

Nas eleições deste ano, o PSDB, que atualmente possui 23 deputados federais, fez apenas 13. No Senado, os tucanos saem de uma bancada com 6 parlamentares para 4 senadores a partir do ano que vem

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Renata Monteiro

Publicado em 31/10/2022 às 11:39 | Atualizado em 31/10/2022 às 11:39
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O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, histórico opositor dos governos do PT, afirmou na noite do último domingo (30) que, diante da vitória de Lula (PT) para a Presidência da República, o partido deve se reunir em breve para discutir os caminhos que seguirá a partir de 2023, sobretudo no Congresso Nacional. Nas eleições deste ano, o PSDB, que atualmente possui 23 deputados federais, fez apenas 13. No Senado, os tucanos saem de uma bancada com 6 parlamentares para 4 senadores a partir do ano que vem

"O PSDB vai discutir isso (a vitória de Lula) em outro momento. O partido liberou voto no segundo turno, então uma parte seguiu com Lula, outra parte com Bolsonaro, mas há um perfil geral na bancada do PSDB e do Cidadania que aponta para um ambiente de oposição. O que nós temos que falar agora, porém, é do reconhecimento do resultado, desejar boa sorte ao presidente eleito, e pedir que com a avaliação dos erros do passado se evitem as falhas que levaram a essa polarização do país. Esperamos que, com diálogo, possamos construir o que é necessário para ajudar a vida das pessoas", declarou o tucano.

Segundo o próprio Bruno, o primeiro turno do pleito deste ano foi "sofrível" para a legenda, devido à redução significativa da sua representação no Congresso Nacional. Em entrevista à Agência Senado, o historiador Antônio Barbosa afirmou que a diminuição de partidos como o PSDB abriu espaço para siglas conservadoras, que compõem a base de Jair Bolsonaro. Segundo ele, a nova correlação de forças terá reflexo direto na relação do Planalto com o Congresso.

"O bolsonarismo conseguiu desvelar o extremo conservadorismo político da sociedade. Isso estava latente e agora deu as caras", comentou após o primeiro turno. De acordo com o historiador, se Bolsonaro fosse eleito, não teria maiores dificuldades no Senado. "Lula tem capacidade de negociação acentuada, mas vai ter que suar a camisa", avaliou Barbosa, que é consultor legislativo aposentado do Senado.

Na visão de Bruno Araújo, os resultados do segundo turno equilibram as perdas que a sigla sofreu na primeira parte da disputa. "O PSDB é o maior vitorioso dessa noite. Fizemos três governadores, um vice-governador. Tivemos um primeiro turno sofrível e agora o partido se sagra como o grande vencedor dessa noite", disse.

E completou: "Como pernambucano me sinto feliz de ver o momento novo, um novo ciclo na política de Pernambuco. Raquel Lyra, mais do que vencer a eleição, inaugura um novo momento, um momento de esperança, uma virada de ciclo geracional. E não é só mudar e ter um novo governador, nós vamos ver nesse momento no Brasil governadores como Eduardo Leite no Rio Grande do Sul, Raquel Lyra aqui, emprestando um novo momento de se comunicar com a população, onde o Brasil encontra um momento de começar a abandonar os extremismos e começar a cuidar do que realmente interessa, a vida das pessoas, começando de baixo pra cima", frisou Bruno.

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