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Em lugar cotado para Tebet no governo Lula, Wellington Dias se esquiva sobre escolha: 'Lula sabe do papel que teve e tem a senadora'

Na pasta cobiçada por Simone Tebet, Wellington Dias afirma ser necessário reestruturar o programa Bolsa Família que sofreu alterações no governo Bolsonaro

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Mirella Araújo

Publicado em 22/12/2022 às 15:33 | Atualizado em 22/12/2022 às 16:09
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Do Estadão Conteúdo

O futuro da senadora Simone Tebet (MDB-MS) no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda é incerto. O futuro ministro do Desenvolvimento Social, senador Wellington Dias (PT-PI), se esquivou de responder que espaços ela poderia ocupar. 

Ele desbancou a emedebista na disputa pelo comando da pasta, que abriga o programa Bolsa Família e cifras bilionárias do Orçamento. Tebet terminou em terceiro lugar na corrida pela presidência e, no segundo turno, apoiou a candidatura petista contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), participando ativamente dos atos de campanha.

 

"O presidente Lula sabe do papel que teve e tem a senadora Simone Tebet, assim com outras lideranças importantes. Ele vai permanecer em Brasília, estará dialogando e tem até terça-feira (para finalizar a escalação dos ministros)", disse logo após ser nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "A decisão (de Simone ser ministra) é certamente desse diálogo e desse entendimento entre o presidente e a senadora. Temos que respeitar", completou.

O engajamento de Tebet na campanha de Lula fez a senadora despontar como favorita a ocupar um cargo chave na composição da Esplanada dos Ministérios. Ela, porém, sofreu resistência do PT, que vetou o seu nome para a pasta do Desenvolvimento Social sob o argumento de que a coordenação do Bolsa Família deveria ficar com um integrante do partido.

Como mostrou o Estadão, a presidente petista Gleisi Hoffmann ofereceu à senadora o controle da Agricultura ou do Meio Ambiente, mas Tebet teria declinado.

Agora na pasta cobiçada por Tebet, Dias diz ser necessário reestruturar o programa Bolsa Família, que sofreu alterações no governo Bolsonaro, inclusive passando a se chamar Auxílio Brasil O futuro ministro disse que a sua pasta será condutora de políticas interministeriais, que também devem dialogar com estados, municípios, setor privado e movimentos sociais.

"Durante esses últimos quatro anos tivemos nove mudanças (no Bolsa Família) e isso causou muita confusão, desarticulação e desestruturação das áreas. A gente quer trabalhar integrado com os estados, os municípios e a sociedade", afirmou.

Combate à fome

Wellington Dias afirmou que a prioridade do Ministério de Desenvolvimento Social será tirar o Brasil novamente do mapa da fome. O País tem ao menos 33 milhões de pessoas sem acesso às três refeições diárias, segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Pessan).

"A missão é novamente tirar o Brasil do mapa da fome. Não é simples. Vamos ter que começar de um ponto (baixo). Temos quatro anos para este trabalho, mas também cuidar das pessoas, das famílias e de quem mais precisa com a transferência de renda", disse. O futuro ministro ainda agradeceu aos deputado e senadores por aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que ampliou o teto de gastos no ano que vem para custear, entre outras promessas de Lula, o pagamento de R$ 600 aos beneficiários do Bolsa Família.

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