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Múcio diz que joga ‘na defesa, não no ataque’ e rechaça rumor sobre pedido de demissão: 'é fogo amigo'

A atuação do ministro vem sendo criticada por petistas no episódio dos acampamentos de golpistas na frente dos quartéis do Exército

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Da redação com Estadão Conteúdo

Publicado em 12/01/2023 às 9:59 | Atualizado em 12/01/2023 às 10:36
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O deputado André Janones usou suas redes sociais para anunciar na noite de quarta-feira, 11, em tom alarmista, que nas próximas horas o ministro da Defesa, José Múcio, entregaria uma carta de demissão.

Múcio desmentiu a informação. "Fogo amigo", respondeu ao Estadão o ministro. Alguns minutos depois, o próprio Janones publicou outra mensagem alegando que Múcio tinha desmentindo a informação.

Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a missão de distender a relação do novo governo com as Forças Armadas, José Múcio negociou com os comandantes das três Forças a data da posse, abortando um plano dos ex-comandantes do governo Bolsonaro de se negar a passar o cargo para os sucessores.

A atuação do ministro vem sendo criticada por petistas no episódio dos acampamentos de golpistas na frente dos quartéis do Exército. Enquanto Múcio defendia que ali estavam apenas pessoas fazendo uma manifestação, o ministro da Justiça, Flávio Dino, dizia que ali estavam cometendo crime. Após a ocupação e depredação de prédios públicos em Brasília no domingo, 8, Múcio passou a defender o desmonte dos acampamentos.

O Estadão apurou que o ministro da Defesa tem atuado com cautela em relação aos militares. Chegaram a ele relato de que a tropa está pacificada, mas não inteiramente convencida do resultado da eleição que levou Lula à presidência. O discurso de José Múcio tenta evitar adesão de oficiais aos movimentos extremistas.

Na Defesa, a avaliação é de que Janones está sendo usado pelo PT que quer assumir a Pasta. O deputado se aproximou de Lula nas eleições e acabou sendo descartado pelo novo governo.

Janones alega que não quer cargo no Executivo, mas chegou a declarar que queria apoio de Lula para assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara. Os petistas já avisaram, porém, que o pedido do deputado não será atendido.

Reportagem de Eliane Cantanhêde, no Estadão, aponta que Múcio tem usado uma referência futebolística e repetido que foi colocado em campo para jogar na defesa, não no ataque. 

Ainda de acordo com Eliane, Múcio levou o ministro da Justiça, Flávio Dino, para almoçar com os comandantes do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, como parte do processo de pacificação. 

O pernambucano pretende levar um ministro civil por semana para um entrosamento e o próximo convidado deve ser Rui Costa, da Casa Civil, do PT.

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