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Bolsonaro depõe na Polícia Federal sobre escândalo das joias; saiba o que ele disse

Bolsonaro chegou na tarde desta quarta-feira (4) à sede da Polícia Federal em Brasília para dar explicações oficiais sobre a tentativa de esconder do fisco caixas com joias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita

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Amanda Azevedo

Publicado em 05/04/2023 às 15:27 | Atualizado em 05/04/2023 às 20:58
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O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve na sede da Polícia Federal em Brasília, nesta quarta-feira (5), para dar explicações oficiais sobre a tentativa de esconder do fisco caixas com joias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita. As informações são da Estadão Conteúdo.

Segundo a defesa, o ex-presidente disse que só soube um ano depois da existência das joias que tinham sido apreendidas pela Receita Federal em outubro de 2021. O depoimento durou cerca de três horas.

A declaração de Bolsonaro se choca, no entanto, com os documentos do seu próprio governo. Como mostrou o Estadão, foram feitas pelo menos oito tentativas para retirar as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões do cofre da Receita no aeroporto de Guarulhos. Três tentativas ocorreram ainda em 2021, sendo que uma delas partiu do gabinete presidencial.

As joias que Bolsonaro recebeu

Bolsonaro recebeu três caixas de joias que estão avaliadas em cerca de R$ 18 milhões. Duas caixas foram trazidas da Arábia Saudita para o Brasil pela comitiva do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque em outubro de 2021.

Uma delas continha colar de diamantes destinado à primeira-dama Michelle Bolsonaro e foi apreendida pelos fiscais da Receita no aeroporto de Guarulhos. A caixa estava na mochila de um assessor de Bento Albuquerque.

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Joias apreendidas pela Receita Federal são estimadas em R$ 16,5 milhões - REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

Outra caixa, com relógio, anel e abotoaduras entrou no País sem ser notada. A terceira caixa fora recebida pelo próprio Bolsonaro em 2019, quando visitou o governo saudita.

 

Logo após a apreensão, ainda em outubro de 2021, o gabinete de Bolsonaro enviou um ofício ao ministério de Bento falando da necessidade de destinação das joias para o acervo pessoal ou da Presidência. Até o Itamaraty foi acionado para tentar liberar as joias naquele ano.

As duas caixas que estavam em seu poder tinham sido guardadas numa fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet em Brasília. Foi para lá que Bolsonaro despachou caixas com presentes que julgou ser parte de seu patrimônio pessoal.

O Tribunal de Contas da União (TCU) tem entendimento diferente. Considera que as peças são um presente dado pelo regime da Arábia Saudita ao representante do governo brasileiro e fazem parte do acervo público da Presidência da República. Não pode ser vendidas, nem ficar para uso pessoal do ex-presidente.

O TCU mandou Bolsonaro devolver todas as caixas que estavam em seu poder. A terceira caixa foi entregue na véspera do depoimento.

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Bolsonaro recebeu pelo menos três caixas de joias que estão avaliadas em cerca de R$ 18 milhões - REPRODUÇÃO

Ao final do depoimento, o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fabio Wanjgarten, usou sua rede social para dizer que o ex-presidente respondeu a todas as perguntas feitas pela PF, mas não deu mais detalhes.

 

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