OPOSIÇÃO

Venezuela torna opositora de Maduro inelegível; saiba por quanto tempo

Os Estados Unidos, que mantêm uma antiga disputa com o regime de Nicolás Maduro, que inclui um embargo ao petróleo venezuelano, protestaram contra a medida imposta à ex-parlamentar

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 01/07/2023 às 14:14 | Atualizado em 01/07/2023 às 14:18
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"Agora vamos votar com mais força, mais rebeldia e mais vontade nas Primárias. Aqui quem habilita é o povo da Venezuela", disse María Machado - FOTO: Foto: AFP

A ex-parlamentar María Corina Machado, uma das principais pré-candidaturas para as eleições presidenciais de 2024 na Venezuela, tornou-se inelegível por 15 anos, segundo informou a Controladoria- Geral do país, por meio de ofício, na noite da sexta-feira (30).

“Tenho o dever de informar que à cidadã María Corina Machado Parisca foi imposta a sanção de inabilitação para o exercício de qualquer cargo público em 13 de julho do ano 2015″, disse o deputado José Brito ao ler o documento.

María Corina está ligada à ala mais radical da oposição ao presidente Nicolás Maduro e se junta a outros dois nomes importantes da oposição, que também haviam sido barrados pela ditadura da Venezuela para a disputa eleitoral: Henrique Capriles e Juan Guaidó.

A avaliação é de que, na prática, ao vetar o nome de María Corina, no momento em que o partido "Vente Venezuela" divulga a formalização da sua candidatura às primárias presidenciais, que serão realizadas no dia 22 de outubro deste ano, a ditadura liderada por Maduro não está disposta a concessões. As informações são do Estadão Conteúdo.

O Tribunal Penal Internacional reabriu, nessa semana, uma investigação contra o regime de Maduro por violações de direitos humanos em razão da execução extrajudicial de militantes da oposição e criminosos comuns desde 2017.

Os Estados Unidos, que mantêm uma antiga disputa com o regime de Nicolás Maduro, que inclui um embargo ao petróleo venezuelano, protestaram contra a medida imposta à opositora, assim como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o governo do esquerdista Gustavo Pero, na Colômbia.

ACUSAÇÃO

A cassação de María Corina Machado teve como justificativa, segundo a Controladoria-Geral, as “irregularidades administrativas” praticadas enquanto ela exercia o mandato de deputada (2011-2014). Ela foi acusada de não declarar benefícios que teria recebido nesse período. Na época, ela já havia sido declarada inelegível, mas a suspensão dos direitos políticos tinha validade de um ano. 

Agora, o órgão também alegou que prorrogação da inelegibilidade de María também se deu por ela ter apoiado as sanções do governo dos Estados Unidos a Venezuela, além de ter apoiado o ex-líder da oposição Juan Guaidó

Nas redes sociais, María Corina disse que a decisão do governo de Maduro foi "uma desqualificação inútil" e que "só mostra que o regime sabe que já está derrotado. 

"Agora vamos votar com mais força, mais rebeldia e mais vontade nas Primárias. Aqui quem habilita é o povo da Venezuela. Até o fim é até o fim", publicou a pré-candidata a presidente. 

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