Lulismo e bolsonarismo tem pouca influência nas eleições municipais, diz cientista político

Cientista político Adriano Oliveira diz que eleição municipal é definida por pautas locais, e não por bolsonarismo, lulismo e estratégias de apoio

Publicado em 18/09/2024 às 21:03

 Na manhã desta quarta-feira (18), o cientista político Adriano Oliveira participou do Debate da Super Manhã, na Rádio Jornal, com apresentação do colunista de política do Jornal do Commercio, Igor Maciel.

De acordo com a nova pesquisa Quaest com as intenções de voto para prefeitura do Recife, o candidato do PSD Daniel Coelho, teve um aumento de rejeição e Gilson Machado (PL), subiu dois pontos percentuais, atingindo 8%, comparado à última pesquisa.

Para Adriano Oliveira, é errada a ideia de associar o bolsonarismo e lulismo no pleito municipal nas eleições deste ano.

"Baseado nas minhas pesquisas qualitativas, o bolsonarismo, assim como o lulismo, têm pouca influência na eleição municipal. O que predomina na eleição municipal é a municipalização, é o posto de saúde, é a praça construída ou reformada, é a rua calçada, é a pavimentação", afirmou. "Eleição municipal é pauta municipal", completou.

O cientista cita que os candidatos que disputam eleições com adversários muito bem avaliados passam por um grande desafio na campanha. Além das avaliações apontadas na pesquisa, a estratégia de campanha é ponto crucial nas eleições.

"É importante salientar que, quando você faz uma campanha extremamente agressiva, você herda rejeição, e é isso que está ocorrendo com o candidato Daniel Coelho", disse.

João Campos na liderança das intenções de voto no Recife

"A eleição já está resolvida no Recife e João Campos vai utilizar o segundo turno para percorrer as cidades, como Caruaru e outras que venham a ter segundo turno", afirmou Adriano.

Ao ser perguntado sobre o volume de aceitação do prefeito do Recife, João Campos, em outras cidades da Região Metropolitana, como em Olinda e Jaboatão dos Guararapes, Adriano respondeu:

“João Campos tem um grande eleitorado em várias cidades de Pernambuco, nós não podemos deixar de considerar isso. Todavia, há um ponto importante que eu frisei no início da minha fala e sigo a dizer: a eleição local é municipalizada, então cabe às discussões da campanha eleitoral em determinadas cidades, municipalizar a eleição para que você possa enfraquecer os apoios", enfatizou.

Segundo o cientista, é necessário que os candidatos invistam em estratégia, no lugar de seguir pelo "caminho fácil" dos apoios. "‘se João subir o palanque de ‘fulaninho’, ele ganha a eleição’. Não necessariamente. Em uma eleição municipal, a estratégia é promover os debates entre os candidatos à prefeito, fazer o que eu chamo de ‘guerra de biografias’, ou seja, quem está disputando as eleições são os candidatos, independente do apoio que eles têm", finalizou.

Pesquisa Quaest

Na manhã desta quarta-feira, 18, foram divulgados os números da pesquisa Quaest com as intenções de voto para prefeito do Recife. O atual prefeito e candidato à reeleição, João Campos (PSB), lidera com 77% das intenções de voto e mantém a tendência de vitória no primeiro turno.

Em segundo lugar na pesquisa está Gilson Machado (PL), com 8%, seguido de Daniel Coelho (PSD), com 4%, Dani Portela (PSOL) tem 2% e Técio Teles (Novo), 1%. Considerando a margem de erro de 3 pontos percentuais para mais e para menos, os três últimos estão tecnicamente empatados.

Confira os resultados 

João Campos (PSB): 77% (era 76% na semana passada);
Gilson Machado (PL): 8% (era 6%);
Daniel Coelho (PSD): 4% (era 6%);
Dani Portela (PSOL): 2% (era 2%);
Tecio Teles (Novo): 1% (era 1%);
Ludmila Outtes (UP): 0% (era 0%);
Simone Fontana (PSTU): 0% (não havia sido citada);
Victor Assis (PCO): não foi citado em ambas as pesquisas;
Indecisos: 2% (era 2%);
Branco/Nulo/Não vai votar: 6% (era 6%).

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