Eleições 2024: Boulos ganha direito de resposta após Nunes dizer que traficantes deveriam votar nele

Candidato do PSOL foi acusado pela campanha de Ricardo Nunes de compactuar com anistia de acusados por tráfico de drogas, o que não é verdade

Publicado em 22/09/2024 às 16:44

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) atendeu ao pedido da campanha do candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), que pediu direito de resposta após publicação de vídeo do candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).

Nas redes sociais, o vídeo relaciona Boulos com um projeto de anistia para condenados por tráfico de drogas e dizendo que traficantes deveriam votar no candidato do PSOL. A decisão pediu também a remoção da postagem.

Na gravação, o emedebista citou um projeto de lei de autoria de parlamentares do PSOL que tramita no Congresso Nacional que visa anistiar condenados por tráfico no País.

O projeto foi proposto após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir, em junho, que o porte de maconha para consumo próprio não é crime. Boulos não é um dos autores da proposição.

O narrador na campanha de Nunes dizia "se você é traficante de drogas, precisa votar no Boulos". A postagem não está mais no ar.

Direito de resposta

"A veiculação do vídeo em questão além de injuriosa e difamatória é mentirosa e pretende induzir o eleitor a erro, extrapolando os limites da liberdade de manifestação, maculando, por conseguinte, a honra do requerente", disseram os advogados de Boulos ao contestar a publicação.

Esses mesmos advogados afirmaram ainda que a publicação de Nunes no Instagram pretende "explorar o preconceito" e "espalhar desinformação". A defesa classifica ainda que a postagem imputa a Boulos "pecha de defensor de bandido".

"Ainda, em que pese a propaganda não afirme expressamente que Guilherme Boulos foi o autor do projeto de lei, é certo que a imagem de Boulos fica constantemente aparecendo ao fundo, dando a entender ao eleitor que o autor teria aprovado e diretamente participado da elaboração desse Projeto de Lei, o que não é verdade", escreveu a juíza auxiliar Claudia Barrichello.

"Não é porque filiados ao PSOL apresentaram referido projeto de lei que o candidato autor com ele compactua ou aprova o seu conteúdo", concluiu.

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