O que significa a vitória de Trump para a direita brasileira
Donald Trump derrotou a democrata Kamala Karris e foi eleito para o segundo mandato à frente da presidência dos Estados Unidos da América
O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos provocou reações em todo o mundo e não foi diferente entre a direita brasileira. Antes mesmo do anúncio oficial da vitória do republicano, nomes da política nacional já congratulavam o triunfo do norte-americano sobre a esquerda.
O grande líder da direita brasileira, Jair Bolsonaro, foi às redes sociais ainda na madrugada pedir que a vitória de Trump inspire o Brasil a seguir o mesmo caminho. “Que nossos compatriotas vejam neste exemplo a força para jamais se dobrarem, para erguerem-se com honra, seguindo o exemplo daqueles que nunca se deixam vencer pelas adversidades”.
Outros nomes, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o ex-ministro bolsonarista Gilson Machado Neto, acompanharam a apuração junto a Trump, na Flórida, e publicaram vídeos inflando os seguidores.
A vitória de Trump foi confirmada após ele vencer o estado de Wisconsin e ultrapassar a marca de 270 delegados, deixando Kamala Harris impossibilitada de reverter o resultado.
Mas, na prática, a eleição de Trump influencia em quê na política brasileira? O principal efeito será o aumento da confiança da bolha direitista, que ganha força e passa a ter novamente um representante no topo da nação que mais influencia o mundo.
O impacto será a retomada da esperança de que a direita possa ressurgir na presidência do Brasil em 2026, depois de ter sido derrotada em 2022 pelo presidente Lula (PT).
E o principal nome que circula na boca dos direitistas, obviamente, é Jair Bolsonaro, apoiador e ferrenho defensor de Trump. Contudo, não custa lembrar ao leitor que o ex-presidente brasileito está inelegível até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Apesar disso, ter Donald Trump na presidência dos Estados Unidos depois de quatro anos de um governo democrata é um passo importante para que Jair Bolsonaro possa se gabar de que o mundo estaria pendendo para a direita, e esse movimento se espalha pelos grupos de apoiadores, que deverão intensificar os esforços a partir daqui para derrubar a inelegibilidade dele.
“Hoje, testemunhamos o ressurgimento de um verdadeiro guerreiro. Um homem que, mesmo após enfrentar um processo eleitoral brutal em 2020 e uma injustificável perseguição judicial, ergueu-se novamente, como poucos na história foram capazes de fazer”, escreveu Bolsonaro na mesma mensagem de congratulação a Trump, nesta quarta.
“Parabéns, meu amigo, por esta vitória épica que marca não apenas seu retorno à Casa Branca, mas também o triunfo da vontade popular sobre os desígnios arrogantes de alguns poucos que desprezam nossos valores, nossas crenças e nossas tradições”, acrescentou o ex-presidente brasileiro.
Nas redes sociais, o movimento dos bolsonaristas em relação à reeleição de Trump é exatamente o de retorno de um modelo de poder que foi limado da presidência do Brasil em 2022. “Voltamos”, dizem muitos brasileiros sobre a eleição dos Estados Unidos.
“A eleição americana é importante para o planeta. Tem um ditado aqui que diz: quando os Estados Unidos dão um espirro, o mundo gripa”, escreveu Gilson Machado.
Já Nikolas Ferreira disse que a vitória de Trump é um “novo fôlego de esperança” e que “dias melhores estão por vir“, simplificando o sentimento da direita brasileira neste momento e ditando aos seguidores qual deverá ser a narrativa a partir daqui.
Outro movimento possível entre os direitistas é associar a derrota de Kamala Harris ao presidente Lula, que havia declarado apoio público à democrata. No imaginário bolsonarista, o embate entre Trump e Kamala simbolizou uma disputa direta entre Bolsonaro e o petista, revelando uma vitória dos conservadores e um enfraquecimento da esquerda.
A propósito, a postura diplomática de Lula, que ainda tem dois anos de mandato, em relação ao futuro governo americano é algo que deve ser observado com atenção. Na manhã desta quarta, o petista parabenizou Trump pela vitória. "A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo", escreveu.
Neste momento, a direita brasileira comemora a vitória da direita americana esperando que em 2026 possa celebrar da mesma forma.
“Que nossa nação retome o seu destino de grandeza, para que seu povo volte a se orgulhar de sua história e de seus valores, sem a mácula da censura e do abuso de autoridade, com liberdade e segurança para todos”, completou Jair Bolsonaro, falando de seu desejo pessoal para o Brasil.