Como o bolsonarismo pernambucano enxergou o indiciamento do ex-presidente
Deputados e aliados próximos de Jair Bolsonaro veem perseguição por parte de Alexandre de Moraes e creem na inocência do líder da direita
O indiciamento de Jair Bolsonaro no inquérito da PF que investiga um suposto esquema golpista tratado em 2022 gerou reação da ala bolsonarista em Pernambuco. Diversos aliados com atuação na esfera estadual e nacional se manifestaram repudiando especialmente o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
"Não sou jurista, mas, com quem eu converso do meio, chego à conclusão que temos um caso plenetário de onipresença jurídica. Consegue ser vítima, juiz e relator, além de citar seu próprio nome 44 vezes, recorde mundial. Mas quem não deve, não teme. Bolsonaro é um homem íntegro. Sou testemunha disso", garantiu o ex-ministro Gilson Machado (PL).
O deputado federal Pastor Eurico (PL) se manifestou pelas redes sociais. "Já são quase 15 anos juntos aguentando as pancadas da esquerda, e nesse tempo todo e para sempre eu tenho uma certeza: a verdade sempre prevalece e sempre prevalecerá", escreveu.
Coronel Meira (PL) disse que o indiciamento é um absurdo. "É inacreditável o que estamos vivenciando no Brasil. Uma verdadeira perseguição política", comentou o também deputado federal.
O presidente do diretório estadual do PL em Pernambuco, Anderson Ferreira, também reagiu. "Apesar de ser um absurdo para todos, é um absurdo esperado, tendo em vista a perseguição sistemática”, comentou, em defesa de Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla, também indiciado pela PF.
Pelas redes sociais, o dirigente partidário também compartilhou um vídeo em que o analista político Caio Copolla diz não haver indícios que resultem na prisão de Bolsonaro.
"Os fatos investigados já têm dois anos. O ex-presidente não está investido de autoridade pública e já sofre uma série de restritções abusivas. Prendê-lo seria uma violação explícia à presunção de inocência e ao processo legal. Não há elementos para a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro porque não há indídio de práticas criminosas", diz o analista nas imagens. "Melhor análise", escreveu Anderson na legenda da publicação.
O deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL), parlamentar da Assembleia Legislativa de Pernambuco com maior aproximação junto a Bolsonaro, disse que o grupo já esperava pelo indiciamento devido ao que ele chamou de "manipulação e quebra de todo o processo legal no Brasil".
"Se você for na constituição, ela é bem clara quando diz que quem é vítima não pode julgar, não pode interrogar. Como o ministro Alexandre de Moraes interrogou Mauro Cid? Já imaginou um delegado interrogando alguém que queria matar ele? Isso é incoerente", analisou.
"Isso demonstra toda a conjuntura que envolve esse andamento. E tudo isso para quê? Para manter-se um corrupto que perdeu totalmente a capacidade de liderar seus ministros. É tudo uma armação, uma tentativa para não deixar Bolsonaro ser candidato, para manter Lula no cargo, num governo de fim de feira", completou.
Feitosa também afirmou que, caso Bolsonaro seja preso no andamento da investigação, terá sua imagem fortificada junto ao eleitorado.
"O caminho que Alexandre de Moraes está percorrendo, quanto mais ele atiça isso, mais ele coloca Bolsonaro em evidência, numa situação de vítima, e deixa Bolsonaro cada vez mais forte. Se ele prender Bolsonaro, politicamente pode ser melhor para Bolsonaro. Lula preso podia ter eleito Haddad. Não elegeu porque teve a facada e tinha Bolsonaro. Agora Bolsonaro preso pode escolher um outro, Tarcísio, um dos filhos, um outro general", apontou Feitosa.
Videocast Cena Política: Bolsonaro indiciado, depoimento Mauro Cid e operação contragolpe