Bolsonaro e mais 36 são indiciados pela Polícia Federal por atentado à ordem democrática
Brasília vive dia de sol e chuva ao mesmo tempo. Tem o ex-presidente Jair Bolsonaro indiciado e o ministro da Fazenda adiando os cortes de gastos.
A CASA CAIU
O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de ex-ministros de Estado, generais, um almirante, oficiais da ativa e da reserva, empresários, advogados, agentes da Polícia Federal e até um padre, aponta que as investigações de uma suposta tentativa de golpe de Estado estão andando a passos largos. Vindo a ser condenado, Bolsonaro pode pegar até 30 anos de cadeia, por organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.
BATATA ESTÁ ASSANDO
Ao portal Metrólopes, Bolsonaro voltou sua artilharia para o lado do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que ele estaria agindo ao arrepio da lei. "O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", criticou o ex-presidente.
GUERRA DE POWERPOINT
Enquanto grupos de esquerda divulgam um PowerPoint com uma foto de Bolsonaro ao centro e várias setas ao redor do gráfico apontando seus supostos crimes, agora foi a vez dos bolsonaristas darem o troco. O mesmo PowerPoint tem Alexandre de Moraes no centro e setas apontam que ele indicia, julga, divulga, quebra sigilo, pune, prende e arrebenta. Faz sentido!
RESPIRANDO ALIVIADO
O semblante do tenente-coronel Mauro Cid, antes e depois do depoimento de ontem, ao ministro Alexandre de Moraes, mudou substancialmente. Ao contrário do jeito carrancudo da entrada, na saída do STF, Cid era só sorriso. Após mais de três horas de depoimento, foram mantidos os benefícios do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e a delação premiada permanece válida.
BRAGA NETTO DA VEZ
A coluna apurou que Mauro Cid creditou ao general Walter Braga Netto parte da responsabilidade pelo plano que visava a assassinar os candidatos eleitos Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), além do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
7 VIDAS
Para quem tem três datas para comemorar o nascimento - uma quando nasceu, a data do registro de nascimento que é outra e o 15 de dezembro, quando seria envenenado - até que o presidente Lula da Silva (PT) tem motivos para estar sorridente. “Sou um cara que tem que agradecer muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de envenenar eu e o [Geraldo] Alckmin não deu certo, nós estamos aqui”, comemorou Lula.
ÁGUA BENTA
Na suposta organização criminosa, a missão do padre José Eduardo de Oliveira, da diocese de Osasco (SP), era “disseminar informações” de críticas à eleição da chapa Lula/Alckmin. A defesa do religioso chamou de “conclusões apressadas”, isso “após sete dias de seus depoimentos”. Para o advogado Miguel Vidigal “Foi um abuso inclusive por quebra de sigilo de conversas espirituais”, afirmou.
MAIS UM ADIAMENTO
Entra dia a sai dia e os cortes nos gastos do governo vão sendo protelados. Embora anuncie acordo com a Defesa para reduzir “benefícios” de militares, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu mais “um pequeno prazo” de compreensão, até que os números finais estejam prontos para serem anunciados. “Na segunda-feira (25), nós vamos apresentar ao presidente Lula a minuta dos atos”, anunciou.
PENSE NISSO!
Passando por aqui para sair em defesa da necessidade de levar deputados e senadores a trabalharem mais uns dias, no fim do ano, nem que tenham de sacrificar a “sagrada convivência familiar”. O país importa mais.
O que ocorre é que o recesso parlamentar - não são as férias - de 15 dias de dezembro, poderia muito bem ser suspenso, o Congresso Nacional manteria os parlamentares em Brasília para votar o Orçamento da União do ano que vem, o que resta da reforma tributária e leis ordinárias que ainda estão em tramitação.
Somente assim, as duas Casas Legislativas estariam prontas para esperar a nova gestão que, pelo andar da carruagem, já tem donos: Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) no Senado e Hugo Motta (Progressistas-PB) na Câmara.
Seria um sacrifício em favor dos contribuintes que pagam os vultosos custos do Parlamento.
Pense nisso!