Tanques na rua e agente infiltrado: confira 10 revelações da Polícia Federal no inquérito do golpe de Estado
Relatório da Polícia Federal encaminhado ao STF contém mais de 800 páginas e 37 pessoas foram indiciadas pela PF. O inquérito foi enviado para a PGR
Após a quebra do sigilo do inquérito indiciado pela Polícia Federal (PF), retirada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, algumas revelações foram feitas.
O documento, com mais de 800 páginas, reúne as conclusões da Polícia Federal sobre um plano, orquestrado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em janeiro de 2023.
A Polícia Federal indiciou 37 pessoas por suposto envolvimento na tentativa de golpe, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dois ex-ministros e diversos membros de sua gestão. O inquérito foi enviado por Moraes à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará ou não uma denúncia contra o grupo.
PF põe Bolsonaro no centro do plano golpista
As conclusões da Polícia Federal indicam, por exemplo, que o então presidente Bolsonaro "de fato planejou, ajustou e elaborou um decreto que visava à ruptura institucional". Os investigadores afirmam que ele tinha "plena consciência e participação ativa" nas ações.
O relatório também afirma que o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022, aprovou o plano para matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Confira 10 revelações da Polícia Federal até o momento sobre o inquérito do golpe
- Jair Bolsonaro tinha "plena consciência" e atuou de forma "direta e efetiva" para tentar o golpe de Estado;
- Polícia Federal revelou que o ex-presidente "efetivamente planejou, ajustou e elaborou um decreto que previa a ruptura institucional";
- Assessor de Braga Netto tinha plano de 'operação 142' para anular a eleição: "Lula não sobe a rampa";
- Marinha do Brasil teria tanques na rua prontos para o golpe de Estado, segundo o Almirante Almir Garnier, ex-comandante da corporação;
- Mauro Cid revelou que Jair Bolsonaro pediu alguns ajustes na minuta do golpe;
- "Em 1964 (Ditadura Militar) não precisou assinar nada", disse Mauro Cid;
- Militares planejaram tirar Bolsonaro do país, após o 7 de setembro de 2021, caso ele fosse alvo de investigações;
- Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal preso, estava infiltrado na equipe de segurança de Lula;
- Indiciados pelo golpe tentaram colher informações sobre o acordo da delação premiada de Mauro Cid;
- Grupo golpista atuava desde 2019 para descredibilizar urnas eletrônicas em busca de favorecer Jair Bolsonaro, revela PF.