Ministro Rui Costa fala sobre investigações da PF sobre tentativa de golpe: "Não pode ficar impune"

Ministro da Casa Civil do Governo Federal, que cumpre agendas em Pernambuco nesta quarta-feira (27), deu declarações em entrevista à Rádio Jornal

Publicado em 27/11/2024 às 13:23 | Atualizado em 27/11/2024 às 14:21
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Em entrevista à Rádio Jornal nesta quarta-feira (27), o ministro da Casa Civil do Governo Federal, Rui Costa, falou sobre a posição do governo Lula sobre as investigações da Polícia Federal que revelaram a tentativa de golpe de estado por militares e ex-membros da gestão de Jair Bolsonaro à frente da presidência da república.

De acordo com Rui Costa, a orientação do presidente Lula é de evitar trazer o debate para o campo político, para evitar “favorecer os criminosos” e que os envolvidos “politizem um crime”. Rui Costa também destacou que a orientação é de que o caso seja encaminhado de forma técnica.

“O presidente e a orientação dele é que isso seja encaminhado tecnicamente, juridicamente. Porque é caso de polícia, de justiça. Quanto menos isso vier para o debate político e ideológico, melhor. Se você trouxer para esse campo, vai favorecer os criminosos, que vão tentar politizar um crime”, disse.

Apesar da orientação de Lula, Rui Costa não poupou críticas aos envolvidos na tentativa de golpe. Segundo a Polícia Federal, um plano para envenenar o presidente Lula, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a ser colocado em ação, mas não obteve êxito. O ministro considera “inacreditável” pensar que o Brasil estava sendo governado por “esse tipo de gente”, em referência ao governo de Jair Bolsonaro.

“É difícil imaginar que um país da importância e do tamanho do Brasil estava sendo gerido por esse tipo de gente. Imaginar que a sala que eu ocupo é onde estava sendo impresso o roteiro do assassinato do presidente e do ministro do Supremo. É inacreditável, assim como é inacreditável naquele período de pandemia as cenas de ridicularização de brincadeira do presidente simular falta de ar, de fazer chacota com as pessoas morrendo com falta de ar. Quer dizer, é típico desse tipo de gente, é difícil de explicar", afirmou.

O ministro complementou, destacando que o desejo da “esmagadora maioria da população brasileira” é por justiça, enfatizando que seja dado aos envolvidos o direito de defesa.

“A expectativa e o desejo da esmagadora maioria da população brasileira, é que se faça Justiça. Que dê as pessoas o legítimo direito de defesa, nós vivemos em um estado de direito democrático, mas que ao fim se compare as acusações com as defesa e se faça Justiça, para que esse tipo de coisa não seja incentivada”, complementou.

Rui Costa enfatizou que não pode haver impunidade no caso e que a punição precisa ser “exemplar”, para que episódios como esse não aconteçam mais na história do Brasil.

“Eu acredito muito no exemplo como a força maior de conduta em uma sociedade. Não gosto quando a polícia prende um criminoso, com fuzil na mão, assaltando uma família, e o juiz solta na audiência de custódia. Acho isso uma temeridade, porque isso é um incentivo a criminalidade. Sempre digo que a irmã gêmea do crime é a impunidade. Não pode ficar impune, tem que ser exemplar, para que isso nunca mais aconteça na história do nosso país”, disse.

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