Deputados pernambucanos reagem ao corte de gastos anunciado pelo Governo Federal
Parlamentares da base e de oposição comentaram o anúncio feito pelo ministro Fernando Haddad de medidas de contenção de gastos da gestão Lula
Os cortes de gastos públicos anunciados pelo governo federal na última terça-feira (28) repercutiram entre parlamentares pernambucanos. O deputado federal Mendonça Filho (União Brasil), por exemplo, afirmou que o pacote é insuficiente para ajustar as contas da União, e criticou algumas das medidas anunciadas pelo ministro Fernando Haddad.
"Quem diz que é suficiente ou insuficiente, na verdade não sou eu ou o deputado Lindhberg isoladamente, mas sim a conjuntura do próprio mercado, a expectativa do mercado como um todo, e ela diz de forma muito clara que os R$ 70 bilhões serão insuficientes para 2025 e 2026", declarou Mendonça em entrevista à Globonews.
Uma das críticas de Mendonça se deu ao limite de valorização do salário mínimo ao teto de 2,5% da inflação. "Foi um compromisso de campanha do atual presidente Lula e vai diminuir gradualmente até 2030. E também o abono salarial, que reduzirão ao longo dos próximos anos. Esses aspectos a gente precisa se debruçar sobre eles", falou o deputado.
O parlamentar citou que a dívida pública está em crescimento desde o início do governo Lula, o que resulta na necessidade da elevação da taxa de juros, como tem feito o Banco Central. Mendonça diz que isso penaliza os mais pobres, a economia e dificulta o crescimento econômico.
"A gente está ái hoje com juros reais acima de 5% ao ano, caminhando para uma taxa de juros Selic de mais de 13% no primeiro trimestre no próximo ano e a gente precisa conter isso. E para conter isso, o governo precisa adotar medidas concretas que sinalizem a solvência, sua capacidade de pagamento. Do contrário, o desequilíbrio financeiro e fiscal do governo termina remetendo a conta para a própria população mais pobre, com mais inflação, o que é muito negativo", acrescentou.
Mendonça, porém, declarou que o pacote tem alguns pontos positivos, citando como exemplo a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para contribuintes que recebem até R$ 5 mil, mas ainda fez ressalvas.
"Não vou ficar contra uma proposta como essa. Agora, de outra parte, você vai ter um ônus maior para parcela significativa da classe média brasileira. O governo, ao invés de cortar gordura e excessos da máquina pública, remete essa conta do ajuste para uma parcela do assalariado brasileiro, o que é uma coisa, para mim, negativa", disse.
Ele completou dizendo que os projetos ainda poderão sofrer mudanças no parlamento.
"Tudo que sai do Executivo e chega no Congresso, naturalmente não sai da mesma forma. A expectativa, muitas vezes de elevar a taxação de alguns segmentos, pode ser barrada algumas dessas medidas na tramitação dentro do parlamento, a gente precisa ter cautela sobre esse pacote que ao meu ver é insuficiente", finalizou.
Petista celebrou o pacote
O vice-líder do PT na Câmara, o pernambucano Carlos Veras, classificou o pacote anunciado por Haddad como a "maior reforma de renda da história do Brasil". Na visão do deputado, a medida reforça o compromisso do governo federal com a equidade econômica.
Segundo Veras, a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês vai aliviar a carga tributária que incide sobre as camadas de renda mais baixa. Na visão do parlamentar, a medida vai promover uma redistribuição mais equilibrada de recursos no país.
"Com crescimento do PIB, valorização dos salários e a menor taxa de desocupação da história, seguimos fortalecendo a economia com responsabilidade social e fiscal", afirmou o petista em uma publicação nas redes sociais.