Corte de gastos vai poupar R$ 327 bilhões até 2030, prevê governo federal

Coletiva com cinco ministros revelou detalhes do pacote de corte de gastos anunciado na última quarta pelo líder da Fazenda, Fernando Haddad

Publicado em 28/11/2024 às 9:42 | Atualizado em 28/11/2024 às 10:02
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O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (28), que o pacote de corte de gastos divulgado pelo ministro Fernando Haddad na última quarta deverá poupar R$ 327 bilhões entre 2025 e 2030. Os detalhes das medidas fiscais foram revelados em coletiva realizada com cinco ministros no Palácio do Plananto.

De acordo com a gestão federal, o pacote de contenção de gastos tem impacto previsto de R$ 71,9 bilhões entre 2025 e 2026.

O principal objetivo das medidas, segundo Haddad, é garantir a sobrevivência do arcabouço fiscal, aprovado em 2023. O cálculo considera revisão de regras no Imposto de Renda, salário mínimo, aposentadoria de militares e abono salarial, entre outras políticas públicas.

Participaram da coletiva os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secom).

Haddad abriu o evento afirmando que as medidas não se relacionam diretamente com a reforma da renda, que será enviada para discussão no Congresso em 2025.

"Não queremos confundir o tema reforma tributária com o tema de medidas que visam a reforçar o arcabouço fiscal", afirmou o ministro.

O governo deve enviar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um Projeto de Lei (PL) ao Congresso Nacional.

De acordo com a equipe econômica, a PEC deve ter um impacto de R$ 11,1 bilhões em 2025, aumentando progressivamente até 2030, quando deve chegar em R$ 28,4 bilhões.

Já o PL estima economia de R$ 11,7 bilhões em 2025, crescendo de forma progressiva até 2030, quando baterá R$ 44,5 bilhões.

Para entrar em vigor, as medidas dependem de aprovação da Câmara dos Deputados e do Senado. A expectativa do governo é que as matérias sejam aprovadas até o fim deste ano.

Medidas incluídas na PEC

  • Limitação do abono salarial para R$ 2.640 e início de período de transição até o limite de 1,5 salário mínimo, que passará a ser o teto;
  • Emprego de até 20% da complementação do Fundeb e ações para criação e manutenção de matrículas em tempo ingegral da educação básica;
  • Prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2032;
  • Autorização para ajuste orçamentário em cerca de $ 18 bilhões em subsídios e subvenções
  • Correção dos repasses da União ao Fundo Constitucional do Distrito Federal pelo IPCA.

Medidas incluídas no Projeto de Lei

As medidas incluídas no Projeto de Lei são:

  • Limitação do crescimento real do salário mínimo a 2,5% da inflação;
  • Aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física para R$ 5 mil
  • Atualização de cadastro e biometria obrigatória para usuários do Bolsa Família e outros programas sociais;
  • Mudança nas regras do acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência e idosos, focando em pessoas incapacitadas para a vida independente e para o trabalho;
  • Manutenção do repasse de R$ 3 bilhões ao ano para a Lei Aldir Blanc, da Cultura, mas condicionando a utilização do uso ao ano anterior;
  • Criação de idade mínima de 55 anos para aposentadoria de militares, fim da morte fictícia e transferência de pensão de militares.

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