Após alta médica, Lula detalha quadro clínico e comenta prisão de Braga Netto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi hospitalizado no dia 9 de dezembro, em São Paulo, após sentir fortes dores de cabeça
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, na manhã deste domingo (15). Acompanhado do cardiologista Prof. Dr. Roberto Kalil Filho, do neurologista Dr. Rogério Tuma, do neurocirurgião Dr. Marcos Stávale e da Dra. Ana Helena Germoglio, médica do presidente, Lula concedeu uma entrevista coletiva para detalhar seu quadro clínico.
Na ocasião, ele também comentou sobre a prisão do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, realizada pela Polícia Federal (PF) no sábado (14).
"Acho que ele tem todo o direito à presunção de inocência. O que eu não tive, quero que eles tenham. Todo direito e respeito para que a lei seja cumprida", afirmou Lula.
"Mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente. Não é possível aceitarmos o desrespeito à democracia, não é possível aceitarmos o desrespeito à Constituição. E não podemos admitir que, em um país generoso como o Brasil, haja gente de alta graduação militar tramando a morte do presidente da República", declarou.
Cuidados médicos vão continuar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi hospitalizado no dia 9 de dezembro, em São Paulo, após sentir fortes dores de cabeça. Ele passou por uma cirurgia de emergência devido a uma "hemorragia intracraniana". Segundo o boletim médico, Lula foi submetido a uma "craniotomia para drenagem de hematoma".
O presidente já havia sofrido um acidente doméstico no dia 19 de outubro, quando escorregou no banheiro e bateu a cabeça, sendo atendido no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília.
Ao iniciar a coletiva, Lula fez um agradecimento a Deus e recordou momentos delicados de sua vida, como o câncer diagnosticado em 2012, o sobrevoo na Cidade do México, que durou cinco horas para garantir tempo suficiente para o pouso do avião, e, mais recentemente, a queda no banheiro que resultou em sua internação.
"Eu não estava cortando a unha do pé, estava cortando a da mão. Não estava em pé, estava sentado, e já havia cortado e lixado a unha. Quando fui guardar o estojo, ao invés de levantar e abrir a gaveta, tentei afastar o meu bumbum do banco redondo. No entanto, meu bumbum não levantou e acabei caindo, batendo a cabeça na hidromassagem, o que causou um bom estrago", explicou
Lula disse que ficou surpreso ao achar que estava completamente curado após realizar a quinta tomografia, e que já poderia retomar as atividades físicas e os compromissos de trabalho. "Viajei para o Rio de Janeiro, participei do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, era uma questão de honra fazer esse acordo. Voltei para o Brasil tranquilamente, bem", comentou o presidente.
No entanto, ele relatou que, ao voltar a sentir dor de cabeça e mal-estar, decidiu retornar ao hospital. "Fiquei um pouco assustado pelo volume de líquido crescente na minha cabeça", disse.
Com a recuperação, o presidente do Brasil continuará em São Paulo para fazer uma nova tomografia e outros exames até a próxima quinta-feira (19). Lula poderá retomar suas atividades no Executivo, com reuniões e despaches, mas com algumas restrições nos próximos 15 dias, relacionadas as atividades físicas.