'Eleição de 2026 será tratada em 2026', diz Anderson Ferreira em meio a racha no PL
Presidente estadual do PL, Anderson quer disputar o Senado em 2026, mas Gilson Machado também está de olho no posto com aval de Bolsonaro

O presidente do diretório pernambucano do Partido Liberal, Anderson Ferreira, disse que a reunião ocorrida na última quarta-feira (19) com Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro discutiu a situação da legenda em cada estado, mas ponderou que os assuntos relacionados à eleição de 2026 só serão tratados no ano que vem.
A declaração foi dada em meio a um racha interno vivido no estado. Enquanto Anderson recebeu das mãos do dirigente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, a missão de organizar o partido para as eleições de 2026, o ex-ministro Gilson Machado diz que seu grupo seguirá as ordens de Jair Bolsonaro.
O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes contou ao Jornal do Commercio que o encontro com as lideranças teve o objetivo de traçar estratégias de fortalecimento do partido. Ele não comentou a disputa interna existente com o grupo de Gilson, mas destacou a presença de Jair Bolsonaro na reunião.
"A eleição de 2026 será tratada em 2026. O que se avaliou [na reunião] foi a questão em cada estado, visando buscar uma visão clara de como se estruturar da melhor forma para as próximas eleições”, afirmou.
Anderson e Gilson, como se sabe, estão interessados em uma cadeira no Senado Federal. A disputa interna, inclusive, já faz surgirem rumores de que o grupo do sanfoneiro estaria de malas prontas para outro partido — o Progressistas.
O presidente estadual da legenda não quis comentar a possibilidade. “Não sou a pessoa certa para avaliar qualquer movimento dos interessados ou não em ir para o PP. Nosso trabalho vai ao encontro do fortalecimento do PL e da direita em Pernambuco, no Nordeste e no Brasil”.
Afastando os rumores de um possível distanciamento de Bolsonaro, Anderson publicou, nesta sexta-feira (21), uma foto ao lado do ex-presidente, parabenizando o capitão reformado pelo aniversário de 70 anos.

A disputa entre os grupos de Anderson e Gilson se intensificou após Jair Bolsonaro defender o nome do ex-ministro para a disputa na Casa Alta. Logo depois, Valdemar enalteceu a liderança de Anderson sobre o diretório estadual.
“Nós vamos agora, através do nosso presidente Anderson, junto com nossos deputados, organizar a melhor chapa de deputados estaduais, federais. [...] Sob o comando do Anderson, nós vamos ter a oportunidade de ter um senador e quem sabe ter um governadora. [...] Anderson, que você vai sempre poder contar com a direção do seu partido”, declarou Costa Neto.
A governadora citada por Costa Neto é a gestora Raquel Lyra (PSD). Anderson Ferreira esteve na filiação da ex-tucana ao PSD, no último dia 10 de março, no Recife, e discursou sobre a união entre os grupos.
Além de Anderson, estavam presentes outros nomes do PL, como o deputado estadual Renato Antunes, o prefeito de Jaboatão, Mano Medeiros, e o vereador do Recife, Fred Ferreira. Ao JC, o presidente estadual reforçou que o novo partido da governadora está alinhado ao Partido Liberal.
“Esse evento marcou a adesão dela a um partido que vem construindo um diálogo com o nosso partido a nível nacional, inclusive na mobilização pela anistia”, disse Anderson, mencionando o processo que envolve os presos pelos atos de 8 de janeiro.
O próprio Jair Bolsonaro afirmou, no ato de Copacabana, no último domingo, que Gilberto Kassab, presidente nacional do partido de Raquel, seria favorável à anistia.
Ainda sobre o cenário nacional, Anderson falou que a decisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro em se licenciar da Câmara se deu por perseguição. "Essa decisão surpreendeu a todos, mas reflete uma decisão pessoal diante de um cenário de absoluta perseguição política”, afirmou.