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Corrida pelo Senado em Pernambuco já tem pelo menos oito nomes

Além dos senadores em exercício, outros seis nomes da esquerda e da direita se articulam para disputar uma das duas cadeiras disponíveis em 2026

Publicado em 21/03/2025 às 6:01
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A corrida pelo Senado Federal em Pernambuco não só começou, como já tem pelo menos oito nomes de olho em uma das duas vagas que estarão disponíveis na eleição do ano que vem.

Os dois primeiros postulantes são, obviamente, os senadores que estão em mandato e buscarão a reeleição: Fernando Dueire (MDB) e Humberto Costa (PT).

A senadora Teresa Leitão (PT) foi eleita em 2022 e tem cadeira fixa na Casa Alta até 2030.

O nome de Humberto Costa, a propósito, está no centro de uma disputa que envolve a direção nacional do Partido dos Trabalhadores, respingando até na disputa pelo Executivo estadual.

Próximo da governadora Raquel Lyra (PSD), mas com relação saudável com o prefeito João Campos (PSB), Humberto depende de uma série de fatores políticos para saber qual será o seu destino no ano que vem.

Oficialmente, o Partido dos Trabalhadores integra o grupo de João Campos no estado, por meio do vínculo nacional dos partidos — o PSB está na vice-presidência de Lula com Geraldo Alckmin.

No cenário local, porém, o partido tem um racha que divide parte dos membros no grupo de João Campos e outra parte, liderada pelo deputado João Paulo, ao lado de Raquel.

Recentemente, durante entrevista coletiva em que falou sobre assumir a presidência interina do partido, Humberto afirmou que essa discussão ficará para o ano que vem, mas respondeu a uma provocação feita pelo seu possível oponente, Miguel Coelho, presidente estadual do União Brasil.

Declaradamente candidato ao Senado em 2026 e aliado do prefeito do Recife, Coelho criticou a atuação de Costa e Dueire no Senado. O petista rebateu chamando o ex-prefeito de Petrolina de “bolsonarista que mudou de posição”.

O palanque lotado de João Campos

Miguel Coelho era dado como certo no palanque de João Campos na disputa pelo Senado, até que uma recente conjuntura da direção nacional surgiu e poderá tirá-lo da jogada. O partido dele, União Brasil, vai se unir em federação com o PP, liderado no estado pelo deputado federal Eduardo da Fonte, que também sinalizou interesse na disputa.

A liderança da federação ficará com o partido que tem mais parlamentares: o Progressistas. Sendo assim, Eduardo da Fonte poderia se colocar no pleito, jogando um balde de água fria nos planos de Miguel.

Questionado sobre como ficariam as decisões regionais da federação, o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que “em Pernambuco já está decidido, o comando fica com o Progressistas”. Segundo ele, “tudo vai ser na base do número de parlamentares”.

Essa definição também mexeria nos apoios locais, uma vez que Dudu da Fonte é aliado de Raquel Lyra e tiraria um nome de peso (Miguel) da chapa de João Campos.

Outro nome também ventilado ao Senado é o do ministro de Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho. Com ampla aprovação entre a alta cúpula do governo e do seu partido, o Republicanos, Silvinho também deverá disputar uma das cadeiras, integrando o palanque de João, de quem é aliado no estado.

Além desses nomes, a ex-deputada federal Marília Arraes, vice-presidente do Solidariedade, também reconheceu que tem o nome cotado para concorrer ao Senado, embora tenha afirmado que “ainda é muito cedo para tratar do assunto”.

“Tenho tido meu nome cotado para praticamente todas as majoritárias desde 2018 para cá, é natural, mas ainda é cedo", disse ao JC, em fevereiro passado, quando reforçou que apoiará João Campos na disputa ao governo.

Sendo assim, contando com Humberto Costa, o grupo de João tem pelo menos cinco possíveis candidatos no palanque, para compor somente duas vagas.

Diante das muitas possibilidades, também especula-se em qual lado estará o presidente Lula nesse cenário com vários nomes. Uma dúvida que ficará para 2026.

A briga no PL

O Partido Liberal também vive uma disputa interna sobre quem será o candidato ao Senado em Pernambuco.

Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro já indicou o ex-ministro Gilson Machado, o presidente estadual da legenda, Anderson Ferreira, que tem demonstrado interesse no cargo, vem reforçando que a decisão caberá ao presidente nacional, Valdemar Costa Neto.

Esse racha interno no PL de Pernambuco vem desde 2024, ainda nas eleições municipais, quando o grupo de Gilson, minoritário dentro do partido, se desentendeu com a família Ferreira.

Embora Gilson seja o braço direito de Bolsonaro no estado, o diretório estadual já deixou claro que ele terá que brigar para ganhar espaço nessa rinha. Valdemar, por sua vez, enaltece a liderança de Anderson no cenário local sempre que pode, colocando em xeque a possível candidatura do sanfoneiro.

Essa briga, inclusive, já desperta no grupo de Gilson o desejo de migrar para outro partido — muito provavelmente o PP. A decisão, segundo o ex-ministro, dependerá de Jair Bolsonaro, a quem jura fidelidade.

Essa possível migração também poderá desencadear outra mexida no tabuleiro, uma vez que o presidente estadual do PP, Eduardo da Fonte, também deseja o posto, como citado acima. A nível nacional, Ciro Nogueira já informou que estará ao lado de Bolsonaro.

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