6 maneiras de identificar episódios de compulsão alimentar, segundo especialista
Você sabia que nem todo episódio de compulsão alimentar se configura em transtorno alimentar?
Comer em grandes quantidades, muito rápido e até escondido - mesmo que sem fome. Essas são algumas das situações que fazem uma pessoa sofrer de compulsão alimentar. O médico nutrólogo e especialista em medicina esportiva e emagrecimento, Walid Nabil Ourabi, fala que nem todo episódio compulsivo configura um transtorno alimentar.
“Pode acontecer de, em momentos específicos, existirem exageros alimentares de forma descontrolada, mas que por si só não configuram um quadro clínico. Essa diferenciação é importante porque esse sintoma tem critérios de diagnósticos bem estabelecidos”, explica.
Walid conta que existe um limite entre a fome e a vontade de comer, sendo que sentir fome é uma necessidade básica já que o corpo precisa obter energia para se manter em funcionamento a partir da alimentação. O que acontece é que esse ato tão natural pode, por alguma razão, ficar desregulado - e é aí que mora o perigo.
“Quando o episódio se conclui com a sensação de fracasso, de remorso, incapacidade e descontrole gera um ciclo muito ruim que pode acabar no abalo emocional que é quando termina o episódio da compulsão e a ansiedade não diminuiu com o alimento”, exemplifica.
Geralmente os quadros compulsivos estão associados a eventos do passado com repercussão emocional, muitas vezes diagnosticado somente durante uma sessão de terapia ou consulta médica.
O médico fala que é importante levar em consideração se o descontrole acontecer mais de uma vez por semana em um intervalo de três meses. São sintomas de episódios de descontrole:
- Comer mais rapidamente do que o normal;
- Comer até sentir-se desconfortavelmente cheio;
- Ganho de peso;
- Ingestão de grandes quantidades de alimentos sem sensação de fome;
- Comer sozinho por vergonha devido à quantidade de alimentos que consome;
- Sentir repulsa por si mesmo, depressão ou culpa demasiada após comer.
Mas, se a vontade de comer só aparece em um dia de ócio em casa ou quando se depara com uma comida diferente ou se a ingestão é maior em um evento social com grande oferta de alimentos, por exemplo, mesmo que haja exageros nesses dias pontuais, não configura a compulsão.
“Saber dosar o consumo pode se tornar um bom hábito já que se há um equilíbrio na quantidade, o cérebro entende e supre a necessidade momentânea de um doce ou de um hambúrguer, por exemplo, e daí o vício não aparece. Assim, uma dieta torna-se rotina e nada fica ao extremo: nem o consumo, nem a abstinência”, finaliza o especialista.