SAÚDE

ESCLEROSE MÚLTIPLA: O que é? Quais são as causas e sintomas? Entenda a doença que afeta o sistema nervoso da atriz Guta Stresser

Cerca de 2,5 milhões de pessoas vivem com esclerose múltipla no mundo, de acordo com a OMS

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Lívia Maria

Publicado em 20/06/2022 às 11:37
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A atriz Guta Stresser, de 49 anos, recentemente revelou que foi diagnosticada com esclerose múltipla (EM). A doença, que atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda é alvo de muito preconceito por parte do público.

Segundo a própria Guta, quando ouviu o diagnóstico, ficou com medo por imaginar-se completamente paralisada. Porém, hoje em dia, a tecnologia e o avanço dos tratamentos já permite que os pacientes diagnosticados com EM tenham qualidade de vida e conforto, com limitações mínimas.

De acordo com a neurologista Maria Lúcia Brito, há mais de duas décadas a esclerose múltipla não possuía um tratamento específico. “Atualmente, contudo, há um protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes”, esclareceu, em entrevista do JC.

Além de Guta Stresser, a atriz brasileira Claudia Rodrigues também convive com a doença de maneira que não afeta de forma grave o seu cotidiano.

O que é a esclerose múltipla?

A esclerose múltipla se trata de uma doença neurológica desmielinizante autoimune crônica provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem a bainha de mielina que reveste os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central.

Segundo a página do Hospital Israelita Albert Einstein, a doença tem alguns alvos preferenciais para a desmielinização: o cérebro, o tronco cerebral, os nervos ópticos e a medula espinhal.

A doença é predominante entre pessoas jovens, com média de idade entre 20 e 40 anos, provocando dificuldades motoras e sensitivas. Segundo os dados, as mulheres são as mais afetadas pela esclerose múltipla.

Quais são as causas da esclerose múltipla?

Não há, ainda, conhecimento científico das causas concretas da esclerose múltipla. Os especialistas falam sobre predisposição genética, com genes identificados ligados à doença, combinada aos fatores ambientais, que funcionam como “gatilhos”. Confira:

infecções virais (vírus Epstein-Barr);
exposição ao sol e consequente níveis baixos de vitamina D prolongadamente;
exposição ao tabagismo;
obesidade;
exposição a solventes orgânicos.

Quais são os sintomas da esclerose múltipla?

Por a esclerose múltipla lesionar a mielina e axônios, as funções coordenadas pelo cérebro e outras áreas afetadas ficam comprometidas. Assim, os sintomas típicos da doença surgem, especialmente, em relação à alterações na visão, sensibilidade do corpo, força muscular e redução da mobilidade.

Confira alguns sintomas mais comuns da esclerose múltipla:

  • Fadiga (fraqueza ou cansaço);
  • Sintomas sensoriais: parestesias (dormências ou formigamentos); nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face);
  • Alterações visuais: neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho – escotoma – embaçamento ou perda visual), diplopia (visão dupla);
  • Alterações motoras: perda da força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular (espasticidade);
  • Ataxia: falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas e desequilíbrios;
  • Esfincterianas: dificuldade de controle da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intestino;
  • Problemas cognitivos: problemas de memória, de atenção, do processamento de informações (lentificação);
  • Questões de saúde mental: alterações de humor, depressão e ansiedade.

Apesar do reconhecimento de uma grande quantidade de sintomas, cada paciente possui um quadro clínico variável, podendo apresentar um conjunto de sintomas diferentes.

Os sintomas também podem ser agravados devido a algumas condições climáticas, como frio extremo, exercício físico, desidratação, variações hormonais e até mesmo febre e infecções.

Como é feito o diagnóstico da esclerose múltipla?

O diagnóstico da esclerose múltipla é feito a partir de análise clínica, utilizando os Critérios de McDonalds 2017. Além da observação clínica, é também recomendado a realização de exames de imagem como a ressonância magnética do crânio e coluna (medula espinhal).

Apesar de não ter cura, o acompanhamento com um neurologista a partir da identificação da doença é imprescindível para garantir o conforto do paciente.

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