5G: mesmo com leilão, Recife pode atrasar uso da tecnologia; entenda
Capital pernambucana é classificada como cidade de "média aderência" à tecnologia de quinta geração
Nesta quinta-feira (4), A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) dá início ao leilão dos lotes de frequências para o 5G no Brasil. Na disputa estão 15 empresas que pretendem ampliar os investimentos para tornar realidade no País uma conexão à internet mais veloz e com capacidade para suporta a novas tecnologias. Entretanto, nem todas as cidades do País estão com infraestrutura preparada para receber a tecnologia o mais rápido possível. O Recife é uma das localidades deficitárias, segundo levantamento da Conexis Brasil Digital.
Das 27 capitais brasileiras, apenas sete têm legislações para instalação de infraestrutura e antenas preparadas para a chegada do 5G: Boa Vista, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Palmas, Porto Alegre e Porto Velho. Essas capitais têm leis municipais com alta aderência à Lei Geral de Antenas, de 2015, segundo o mapeamento da Conexis.
O Recife só aparece num segundo bloco de municípios, classificados como "média aderência à Lei Geral de Antenas". Além da capital pernambucana, estão nesse bojo Cuiabá, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Salvador e São Luís.
A pesquisa detalha ainda que quatro cidades estão trabalhando na alteração da legislação por leis mais modernas e aderentes à legislação federal. Casos de Belo Horizonte, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo.
O edital prevê que as empresas comecem a oferecer o 5G nas capitais até o dia 31 de julho de 2022, mas sem a facilidade para instalação de antenas, o prazo deve se esticar em cidades que não estão em linha com a demanda. A tecnologia 5G exige de cinco a 10 vezes mais antenas que o 4G, considerando a mesma área de cobertura, porém são antenas pequenas, que podem ser instaladas nas fachadas dos edifícios.
Atualmente, na capital pernambucana, ainda segundo a Conexis, Claro, Oi, Tim e Vivo, rateiam o mercado de antenas para cobertura de telefonia celular e internet móvel. Ao todo, são 861 antenas. 32.29% da Oi. As demais operadoras estão na casa dos 20%. Numa conta de padaria, no mínimo, o Recife precisa abrir espaço para alcançar 4,3 mil equipamentos (5x mais do registrado atualmente).
A capital pernambucana teve avaliado no levantamento a não imposição de condicionamentos que possam afetar a seleção de tecnologia, a topologia das redes e a qualidade dos serviços prestados; a não exigência de licenciamento para infraestrutura de pequeno porte; procedimento simplificado e único para obter a licença; prazo de 60 dias para emissão de qualquer licença e dispensa de novo licenciamento para incluir nova tecnologia ou infraestrutura. O que lhe rendeu a posição mediana.
Acompanhe o leilão:
LEILÃO 5G
O leilão brasileiro do 5G começou às 10h desta quinta-feira (4). Ao todo, 15 operadoras apresentaram propostas para os lotes disponíveis. A expectativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro aumente R$ 6,5 trilhões nos próximos 15 anos com o uso da tecnologia, já que a quinta geração de internet móvel favorece conexões com qualidade superior a todas as anteriores, com baixa latência (rápido tempo de resposta) e confiabilidade. Dessa forma, possibilita a utilização de máquinas mais avançadas e a digitalização de processos. Os impactos reverberam para além do setor de telecomunicações, com potencial de gerar uma revolução em outro segmentos, como na saúde, educação, agropecuária, comércio, serviço ou indústria. Todas as cadeias produtivas irão passar por uma transformação.
Com a licitação das faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, a expectativa é de que a licitação do 5G movimente R$ 169 bilhões nos próximos 20 anos, segundo estimativas da Anatel.
De acordo com os cálculos, R$ 70 bilhões devem ser investidos pelas operadoras de telecomunicações em todo o Brasil para cumprir as obrigações previstas no edital. Entre os compromissos estão a ampliação da cobertura 4G em mais de 9 mil localidades e em 31 mil quilômetros de rodovias; a expansão da infraestrutura de fibra ótica; e a implantação da Projeto Amazônia Integrada e Sustentável e da Rede Privativa da Administração Pública Federal.
O restante do valor, estimado em R$ 99 bilhões, refere-se a investimentos necessários à prestação comercial de serviços de telecomunicações por meio das faixas de radiofrequência que estão sendo licitadas. A projeção bilionária total corresponde às despesas com bens de capital — por exemplo, aquisição de máquinas, de equipamentos e a implantação de redes e de outras infraestruturas físicas.
Participam do leilão as empresas:
ALGAR TELECOM S.A.
2 BRASIL DIGITAL TELECOMUNICAÇOES LTDA
3 Brisanet Serviços de Telecomunicações S.A
4 Claro S.A
5 CLOUD2U INDUSTRIA E COMERCIO DE EQUIPAMENTOS ELETRONICOS LTDA
6 CONSORCIO 5G SUL
7 Fly Link Ltda
8 MEGA NET PROVEDOR DE INTERNET E COMERCIO DE INFORMÃTICA LTDA
9 NEKO Serviços de Comunicações Entretenimento e Educação Ltda
10 NK 108 Empreendimentos e Participações S.A
11 SERCOMTEL TELECOMUNICAÇÕES S.A.
12 Telefônica Brasil S.A
13 TIM S.A.
14 VDF TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA
15 Winity II Telecom Ltda