Quais os problemas que a glicose alta pode causar? Veja complicações da diabetes

O diabetes, uma condição metabólica que afeta milhões em todo o mundo, não é apenas uma questão de controle glicêmico. Seus impactos se estendem por todo o corpo, manifestando-se em uma série de complicações que vão além do simples desequilíbrio nos níveis de açúcar no sangue.

Ao compreender a extensão dessas complicações, podemos traçar estratégias mais abrangentes para prevenção, tratamento e, consequentemente, para uma melhor qualidade de vida para aqueles que convivem com o diabetes.

Neuropatia diabética

Os nervos periféricos transportam informações do cérebro para o corpo e vice-versa, incluindo sinais da medula espinhal. Quando esses nervos sofrem danos, resultando na condição denominada neuropatia periférica, o sistema de comunicação é comprometido. A neuropatia pode afetar um único nervo, um grupo de nervos ou todos os nervos do corpo.

Tanto as alterações nos vasos sanguíneos quanto as mudanças metabólicas podem ocasionar danos aos nervos periféricos. A elevada glicemia reduz a capacidade de eliminar radicais livres e afeta o metabolismo de várias células, especialmente os neurônios.

Problemas arteriais e amputações

Indivíduos com diabetes frequentemente desenvolvem doença arterial periférica, que diminui o fluxo sanguíneo para os pés. A falta de controle glicêmico pode resultar em redução da sensibilidade devido aos danos aos nervos. Essas condições tornam mais propenso o surgimento de úlceras e infecções, que, por sua vez, podem levar à amputação.

Entretanto, a maioria das amputações pode ser evitada com cuidados regulares e o uso adequado de calçados. Manter uma atenção especial aos pés e buscar imediatamente orientação médica ao notar qualquer alteração, é crucial.

Doença renal

Os rins, responsáveis por filtrar resíduos do sangue, podem sofrer danos em decorrência do diabetes, afetando sua capacidade de filtragem. O excesso de glicose no sangue leva os rins a filtrarem mais sangue, sobrecarregando esses órgãos e resultando na perda de proteínas na urina, conhecida como microalbuminúria.

No entanto, quando detectada tardiamente, na fase da macroalbuminúria, a complicação é chamada de doença renal terminal. Com o tempo, a sobrecarga leva à perda de capacidade de filtragem dos rins, culminando em acúmulo de resíduos no sangue, exigindo transplante ou sessões regulares de hemodiálise.

Pé Diabético

Úlceras nos pés são comuns em pessoas com diabetes, apresentando cicatrização difícil devido aos níveis elevados de glicose e/ou circulação sanguínea deficiente. Constitui uma das complicações mais frequentes do diabetes mal controlado, contribuindo para 85% das amputações de membros inferiores.

Problemas nos olhos

Um controle eficaz da glicemia minimiza a probabilidade de problemas oculares relacionados ao diabetes. Este, por sua vez, está associado a um maior risco de desenvolver glaucoma, um aumento da pressão nos olhos, e catarata, opacidade do cristalino. Além disso, a retinopatia diabética, afetando a retina, pode ocorrer em duas formas: proliferativa e não proliferativa.

A retinopatia não proliferativa, mais comum, pode ser controlada com tratamentos frequentes, enquanto a proliferativa é menos comum, mas mais séria, podendo levar à cegueira. A consulta oftalmológica regular é vital para identificar problemas precocemente.

Pele mais sensível

A pele serve como indicador precoce de possíveis problemas relacionados ao diabetes. Pessoas com diabetes têm maior propensão a pele seca, coceira e infecções, devido à desidratação causada pelo aumento de glicose. O cuidado com a pele é crucial, pois a cicatrização prejudicada pode levar a complicações severas, inclusive amputação.

Algumas complicações são críticas e podem levar à morte. Manter hábitos e estilos de vida saudáveis são a melhor forma de controlar e prevenir a doença. O diálogo constante com profissionais de saúde é fundamental para um manejo eficaz e a prevenção de complicações associadas ao diabetes.