Nativo da mata atlântica, o ipê-rosa frutifica apenas nos meses de novembro e dezembro. Para garantir a produção de mudas da espécie o ano todo, o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) desenvolveu uma forma de propagar a árvore em laboratório. As primeiras 100 mudas obtidas, depois de dois anos de pesquisas, serão plantadas em agosto.
Os biólogos utilizaram uma técnica semelhante à clonagem, em que partes da planta cultivadas em tubos de ensaio dão origem a mudas. "Trata-se de um protocolo de micropropagação in vitro, que garante a produção de mudas em larga escala, na biofábrica do Cetene", diz a coordenadora científica do trabalho, a bióloga Laureen Kido.
O estudo começou em 2009, a partir de sementes de ipê-rosa doadas pela Coopavil, cooperativa agrícola localizada em Condado, a 58 quilômetros do Recife, na Mata Norte. O biólogo e agricultor José Jackson Pereira da Silva, diretor da instituição, é pesquisador colaborador do Laboratório de Pesquisas Aplicadas à Biofábricas (Lapab-Cetene).
São de remanescentes de mata atlântica de Catende as sementes utilizadas no desenvolvimento do protocolo de micropropagação da espécie, chamada pelos cientistas Tabebuia pentaphyla. Das 100 mudas, metade será plantada na Copavil e as outras 50 no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, ao Norte do Grande Recife.
"Há três fragmentos de floresta no nosso assentamento. Estamos implantando corredores de vegetação nativa para interligá-los. As mudas de ipê-rosa serão empregadas para esse fim", adianta José Jackson. As três matas compõem a reserva legal do imóvel. Reserva legal é a porção da propriedade rural que deve ser preservada, de acordo com o Código Florestal, de 1965. Para Pernambuco, o percentual mínimo é de 20%.
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