Cerca de 350 pássaros que tinham sido apreendidos na manhã dessa quarta-feira (9), por policiais da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), na feira do bairro de Cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes, ganharam a liberdade, ainda na tarde de ontem, durante ação de soltura, ocorrida na cidade de Bezerros, agreste do Estado.
A operação foi realizada por agentes fiscais do setor de florestal da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) com a presença de um biólogo especialista em animais silvestres. Antes de ganharem a liberdade em um trecho de cerrado rodeado de açudes e vegetação nativa, os animais passaram por uma triagem, foram alimentados e receberam água ainda na Delegacia de Meio Ambiente (Depoma) – no bairro da Ilha do Retiro - onde foram deixados pelos policiais da Cipoma.
De acordo com a delegada Eliana Caldas, os animais foram apreendidos em gaiolas e viajantes, na mala de um carro, quando estavam sendo entregues para comércio por dois irmãos de 26 e 37 anos de idade. Na delegacia, os envolvidos responderam a um TCO – Termo Circunstanciado de Ocorrência. “Este tipo de crime é considerado de menor potencial ofensivo”, explicou a delegada Eliane Caldas que lembrou que todo crime ambiental deve ser denunciado pelo telefone 3184-7119 ou através disque-denúncia pelo número 3421-9595. Um dos traficantes, Marcos Bispo da Silva, natural de Sanharó, teve o veículo apreendido e foi autuado com multa no valor de R$176 mil, de acordo com o artigo 29 da lei nº 9605/98, de Crimes Ambientais.
Entre as aves apreendidas foi possível identificar espécies como galos de campina, papa-capins, azulões e sanhaçus, normalmente encontrados nas regiões da Zona da Mata e Agreste de Pernambuco. “A surpresa foi ter achado entre essas aves um papa-capim coleira, natural do sul da Bahia”, explicou o biólogo Iuri Valença, especialista em animais silvestres.
As aves que apresentavam bom estado de saúde seguiram para soltura, enquanto aqueles que precisavam de cuidados foram encaminhados para um local de recuperação, também na região de Bezerros. O papa-capim coleira já teve o seu repatriamento providenciado. “O crime definitivamente não compensa”, destacou o agente de fiscalização florestal da CPRH, Iran Vasconcelos. “É preciso entender que o tráfico de animais é crime e a sociedade não deve contribuir com isto adquirindo estes animais”, finalizou Vasconcelos.